ATA DA NONAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 19-9-2012.
Aos dezenove dias do mês
de setembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá,
Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Jorge
Correa, José Freitas, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart,
Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 162/12 (Processo nº
2123/12), de autoria do vereador Mauro Zacher; e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 148/12 (Processo nº 1967/12), de autoria do vereador Nelcir
Tessaro. Também, foram apregoados os Ofícios nos 802 e 803/12, do
senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo
nos 038 e 039/12 (Processos nos 2156 e 2157/12,
respectivamente). Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da
Septuagésima Oitava, Septuagésima Nona, Octogésima, Octogésima Primeira,
Octogésima Segunda, Octogésima Terceira e Octogésima Quarta Sessões Ordinárias
e da Vigésima Segunda, Vigésima Terceira, Vigésima Quarta, Vigésima Quinta,
Vigésima Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões
Solenes. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 06 e 07, de
autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/12 (Processo nº 1471/12), e foi aprovado
Requerimento de autoria de Sua Senhoria, solicitando dispensa do envio dessas
Emendas à apreciação de Comissões Permanentes. Em continuidade, o senhor
Presidente concedeu a palavra ao vereador Jorge Correa, que se pronunciou nos
termos do § 8º do artigo 12 do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, Idenir
Cecchim, Beto Moesch, Paulinho Rubem Berta, Dr. Goulart, Nelcir Tessaro, Luiz
Braz, Carlos Todeschini, Jorge Correa e João Bosco Vaz. Na ocasião, foi
aprovado Requerimento de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje. Ainda, o
vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor
Presidente, solicitando cópia do discurso efetuado pelo vereador Carlos
Todeschini durante o período de Comunicação de Líder. Às quinze horas
e vinte e sete minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 075/12 (Processo nº
2126/12). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de
Resolução nos 026 e 019/12 (Processos nos 1216 e 1042/12,
respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/12 (Processo nº 1471/12), após ser discutido
pelos vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon, Alceu Brasinha, Engenheiro
Comassetto, João Antonio Dib, Carlos Todeschini, Idenir Cecchim, Valter
Nagelstein e Maria Celeste. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 007/12, os vereadores Nelcir Tessaro e Dr. Goulart cederam seus
tempos de discussão, respectivamente, à vereadora Sofia Cavedon e ao vereador
João Antonio Dib. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02 aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/12, por sete votos SIM e
dezoito votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela vereadora Sofia Cavedon
e pelos vereadores João Antonio Dib e Alceu Brasinha, em votação nominal
solicitada por diversos vereadores, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Toni Proença e Não
os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta e Waldir Canal. Em Verificação
de Votação, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 05 aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/12, por sete votos SIM,
dezenove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos
vereadores Engenheiro Comassetto e João Antonio Dib, em verificação solicitada
pelo vereador João Antonio Dib, após ser aprovada em sua votação simbólica,
tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado
Não os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, João Pancinha, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta, Valter Nagelstein e Waldir
Cana e optado pela Abstenção o vereador Tarciso Flecha Negra. Foram aprovadas
as Emendas nos 01, 03, 04, 06 e 07 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/12. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 007/12, por vinte e seis votos SIM e três votos NÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador João Bosco Vaz, tendo votado Sim os vereadores
Adeli
Sell, Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Pancinha, Jorge Correa, José Freitas, Kevin
Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Paulinho Rubem Berta, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e Não o vereador Carlos Todeschini e as vereadoras
Maria Celeste e Sofia Cavedon. Na oportunidade, o senhor Presidente prestou
homenagem à senhora Georgeta Maria de Barros Jung, servidora deste Legislativo
desde o ano de mil novecentos e setenta e nove, convidando-a a integrar a Mesa
dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem
recebida. Também, por solicitação da vereadora Maria Celeste, foi efetuada
verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Discussão Geral
e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 079/12
(Processo nº 1045/12), por vinte e nove votos SIM, tendo votado os vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Pancinha, Jorge Correa,
José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Às dezessete
horas e dezenove minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do
Dia. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Airto Ferronato,
deferido pelo senhor Presidente, solicitando Licença para Tratamento de Saúde,
no dia treze de setembro do corrente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª
Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 131 e
058/12, este discutido pelo vereador Engenheiro Comassetto. Durante a Sessão,
os vereadores Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon e Haroldo de Souza
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e vinte e seis minutos, constatada a
inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mauro Zacher e Carlos Todeschini e secretariados pelo vereador
Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo as Emendas nº 06 e nº 07, de autoria do
Ver. Idenir Cecchim, ao PLCE nº 007/12.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, solicitando dispensa do envio
das Emendas nº 06 e nº 07, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, ao PLCE nº
007/12, à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Jorge
Correa está com a palavra, nos termos do art. 12, do Regimento.
O SR. JORGE CORREA: Exmo. Sr. Presidente, Mauro Zacher; prezados Vereadores e Vereadoras,
senhores e senhoras, meus amigos, é com muita alegria e honra que chego a esta
tribuna como Vereador, substituindo temporariamente o Ver. Airto Ferronato. Que
responsabilidade a minha! Venho com o mesmo propósito e postura que pauta a
conduta do nosso Vereador Titular aqui nesta Casa, neste período. Vou trabalhar
pela minha amada Cidade de Porto Alegre, em especial pela minha querida
Cruzeiro do Sul, onde me criei, onde moro e luto por melhorias da comunidade. O
que for bom para a Cidade, tendo o povo em primeiro lugar, contará com o meu
apoio e voto.
Quero me colocar à
disposição dos colegas Vereadores e Vereadoras para o bom debate dos Projetos
que passam aqui nesta Casa. Também peço o apoio e a compreensão de todos nessa
minha passagem pela Câmara. Sou uma pessoa de origem humilde, mas sempre
trabalhei com muita garra, procurando seguir a orientação recebida de minha
família, de pessoas com mais experiência que me incentivaram a buscar minha
formação moral e intelectual, tendo por isso concluído o Ensino Médio. Nunca
desisto e procuro colaborar com melhorias para todos. Senhores, por 13 anos
trabalhei no transporte coletivo como cobrador de ônibus. Sou um entusiasta do
esporte amador, que vejo como alternativa importante na inclusão social, no combate
às drogas e no resgate da juventude, pois esporte é lazer e traz qualidade de
vida. Há 25 anos organizo campeonatos municipais de futebol na Vila Cruzeiro do
Sul, sendo 14 anos na comunidade George Black; depois, oito anos no Parque
Professor Gaelzer, que fica na Tristeza; e três anos no Parque Marinha do
Brasil ajudando o meu amigo João Carlos, o Mano. Infelizmente, vejo que as
nossas praças esportivas estão terminando.
Quero destacar a importância das políticas públicas
voltadas às crianças e aos adolescentes. Precisamos de mais creches e vagas na
Educação Infantil para que as mães e os pais possam trabalhar, sabendo que seus
filhos estão bem cuidados, senhores.
Na Saúde, vejo muita precariedade. Não podemos
aceitar mais, no tempo em que estamos vivendo, pessoas idosas e mães com
crianças no colo passando noites frias e chuvosas para conseguirem uma consulta
e dali saírem sem nada.
Vivemos em um ambiente de insegurança; há aumento
da violência a cada dia que passa – também é uma bandeira minha, senhores.
Também é uma bandeira minha a questão fundiária,
especialmente da Vila Cruzeiro do Sul, pela qual estou sempre em uma luta
constante para a regularização, pois é preciso dar tranquilidade aos milhares
de moradores que ali nasceram e cresceram, como eu. Sou morador na Vila
Cruzeiro, nasci e me criei ali e sei de todas as dificuldades que nós temos,
senhores.
Precisamos também, em toda a Cidade, um transporte
público eficiente, acessível e digno para todos. Essa é uma parte que conheço
muito bem, porque fui 13 anos cobrador de ônibus e sei como é difícil para o
passageiro ficar, no final de semana, uma hora esperando o ônibus, senhores. Eu
sei como é difícil a gente, como cobrador de ônibus, ficar três horas e meia
parado no final da linha, enquanto o passageiro está lá esperando o ônibus.
Esse é um projeto de lei que tem que ser aprovado por esta Casa, e vai ter o
meu apoio, porque ficar uma hora parado esperando o ônibus, no final de semana,
é muito cruel para o passageiro que paga pela passagem R$ 2,80. Essa também é
uma bandeira minha, porque eu sou rodoviário e isso é bom para todos, para o
povo de Porto Alegre e vai ser bom para o empresário também, porque o empresário
não ganha pelo passageiro que anda dentro do ônibus, ele ganha pela
quilometragem rodada – isso eu entendo muito bem.
Há mais de 40 anos cheguei à Vila Cruzeiro do Sul,
sempre demonstrando tendência política; acabei me candidatando e conquistando a
Suplência de Vereador. Nós, do PSB, não temos apenas um Vereador; somos uma
família, e nesta oportunidade, eu quero agradecer o incentivo que durante a
minha caminhada tenho recebido do Deputado Federal e Secretário de
Infraestrutura, nosso Deputado Beto Albuquerque, e do Deputado Federal Luiz
Noé, além de tantos outros companheiros deste Partido que me acolheu e
representa os meus ideais de luta. Entre os quais, ressalto o legítimo
idealista e socialista, meu querido Pedro Marchiori.
Aviso a todos que esses dias, como Vereador, serão
um proveitoso treinamento. Em janeiro do próximo ano, com a ajuda de Deus e dos
que me apoiarem, estaremos aqui para legislar por quatro anos.
Para finalizar, meus queridos Vereadores e
Vereadoras, meus colegas, eu deixo esta mensagem: a política não é uma carreira
nem uma profissão, é uma forma de fazer o bem maior e melhorar a vida das
pessoas. Por isso estou aqui, pronto para exercer esta missão. Um abraço a
todos, e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): Muito obrigado, Ver. Jorge Correa, que assume na
tarde de hoje. Eu também quero cumprimentar teus familiares e amigos que estão
te acompanhando aqui nas galerias.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores,
Sras. Vereadoras; visitantes que nos dão o prazer de estar aqui hoje na Câmara;
eu venho aqui em nome da minha Bancada para trazer novamente, para a nossa
análise, o problema que vive a cidade de Porto Alegre. Devido ao fator
climático de grandes chuvas e ventos, a Cidade vem sofrendo, mas não só pelo
fato dessa problemática climática. Venho a esta tribuna, porque, em maio deste
ano, quando houve aquela chuva, já trouxemos aqui o problema existente na
Cidade, e não foi consertado. A cidade de Porto Alegre está literalmente
abandonada referente ao seu sistema de drenagem pluvial. Afirmei aqui nesta
tribuna, e mostramos todos os pontos de alagamento lá em maio; os mesmos pontos
de alagamento se repetiram e se multiplicaram. Por quê, Ver. Pancinha? Porque
as bocas de lobo da Cidade, que são a recepção do sistema pluvial de escoamento
das águas, estão todas entupidas, estão todas sujas. De cada dez bocas de lobo,
sete estão entupidas. E por que isso está acontecendo? Porque o serviço de
manutenção não vem sendo realizado. As empresas são contratadas pelo DEP – e eu
quero aqui trazer essa denúncia novamente, e estamos encaminhando-a ao
Ministério Público –, são pagas e não realizam a limpeza das bocas de lobo, e
não há fiscalização por parte do Departamento de
Esgotos Pluviais. E eu quero que o Ministério Público chame o Sr. Ernesto
Teixeira para que preste conta dos contratos realizados e pagos, e não foi
limpa a rede de esgoto pluvial. Em chuvas como a de ontem, sempre acontecerá
algum problema, mas não com a intensidade que a Cidade está sofrendo por falta
de atendimento e pela ineficiência do trabalho público do DEP – Departamento de
Esgotos Pluviais. O que está acontecendo neste momento é a utilização dos
recursos públicos que são cobrados, através desses contratos, para outras
finalidades que não a limpeza da rede pluvial da cidade de Porto Alegre.
Ver. Brasinha, isso me cheira a um
“dutocampanha”, porque as empresas estão recebendo recurso e não estão limpando
as bocas de lobo! Não estão limpando a rede pluvial da cidade de Porto Alegre!
Essa é uma realidade, e nós estamos encaminhando à Vara Urbanística do
Ministério Público, para que chame o Diretor do DEP e o Sr. Prefeito Municipal para
apresentarem todos os contratos das ruas que foram dadas como limpas, e que
mandem a equipe técnica do Ministério Público fazer essa fiscalização, porque
não está acontecendo a aplicação dos recursos pagos para a limpeza dos serviços
de drenagem pluvial da cidade de Porto Alegre.
Quero voltar a dizer: nós, que acompanhamos a
Cidade, que temos a compreensão dos efeitos climáticos, sabemos que as cidades
têm que estar preventivamente preparadas. Também quero registrar que os
funcionários, os operários têm feito um grande esforço, inclusive para socorrer
a população nos alagamentos que ocorrem. Mas não é essa questão que estamos
trazendo para a discussão. Ver. Brasinha, o senhor que está exaltado tem que
ajudar a fiscalizar o dinheiro que está sendo desviado do DEP; as empresas são
pagas e não está sendo feita a fiscalização! É isso que precisa ser feito na
cidade de Porto Alegre. Queremos que sejam prestadas as contas ao público
porto-alegrense, porque não dá para pagar e a limpeza não ser feita! Um grande
abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, meus senhores e
minhas senhoras, o Engenheiro Comassetto se esqueceu do princípio dos vasos
comunicantes; esqueceu que a população viu, presenciou a chuva, que a
quantidade da precipitação foi fora do normal, fora do comum. Nós passamos por
um período de seca; agora, são as chuvas. Ontem pela manhã, ninguém diria que
choveria a quantidade de água que choveu durante toda a tarde e toda a noite.
Mas, se fosse lá no Governo do PT, eu acredito que um “valerioduto” seria feito
e poderiam fazer ilações para quaisquer outras coisas. As obras na Cidade
aconteceram, não só no papel: o Conduto Forçado Álvaro Chaves está funcionando;
aqui na zona do Colégio Júlio de Castilhos e no entorno, na Rua Engenheiro
Vespúcio de Abreu e outras, está funcionando. Muitas obras foram realizadas na
Cidade, não todas, mas foram realizadas. É bom lembrar que foi um Prefeito do
PT que fez um Plano de Esgotos Pluviais para esta Cidade, que vai sendo
implantado paulatinamente. Agora, toda vez que um Vereador vai à tribuna e
acusa o Governo da sujeira que acontece nas ruas da Cidade, ele está esquecendo
da sua missão de educador também; ele tem que dizer que não pode jogar o lixo
nas ruas. Ninguém viu o Diretor do DEP jogando sacolas de lixo, garrafas vazias
ou pedras nas ruas da Cidade. Ninguém viu! Agora, quem fica lá é o culpado.
Quando nós criticamos, nos temos de ver as razões. Diz-se que os funcionários
são excelentes, o que é verdade! Mas os funcionários também não foram sujar as
ruas da Cidade. Vemos aqui dizerem que o Governo é o culpado. Não, não é o
Governo que é o culpado; nós todos somos responsáveis pela Cidade! Nós,
Vereadores, mais do que os outros, porque nós temos que mostrar que há uma
necessidade de preservar o que é de todos. Não é simplesmente fumar e jogar a
carteira de cigarros no chão; tomar uma bebida de latinha e a jogar na sarjeta.
É claro que, depois, vem a enxurrada e leva tudo, e qualquer coisa tranca na
boca de lobo. E o princípio dos vasos comunicantes também funciona: o arroio
Dilúvio passou acima do talude de concreto. Será que não funciona? O que
deveria escoar pelo arroio será que estava escoando? Agora, é mais fácil dizer,
principalmente em época de eleição, “o Governo é ineficiente”, “o Governo
gasta...”, “o Governo está usando...”. Ora, não fica bem, nada bem, fazer esse
tipo de acusação em época eleitoral. Hoje, foi a segunda vez que tribuna foi
usada eleitoralmente, o que é uma lástima. Nós deveríamos mostrar ao povo que
nós temos responsabilidade, mas cada um deles que está lá na rua, cada menino
na escola, cada criança, cada pai, cada mãe tem que cuidar da Cidade. Não é
simplesmente jogar o lixo, jogar sacolas, garrafas PET, que é o que se encontra
trancando, porque depois não escoa. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a cada chuvarada que
dá há esse cinema que o Ver. Comassetto faz. Eu não gostaria de afrontar ou
confrontar o Ver. Comassetto, a cada vez que subo à tribuna. Eu teria coisas
importantes para falar, mas a acusação que o Ver. Comassetto faz está
igualzinha, Ver. Brasinha, à fotografia que o colega dele, do PT, publicou na
rede social: fotografia de 2003. É esse o trabalho que o Ver. Comassetto faz; é
esse!
Até o ano 2000, eles faziam obras nas entradas das
vilas, Ver. Márcio Bins Ely, sem nenhum critério. Largavam um asfaltinho em
cima da coisa para ganhar voto! Não tinha nada, não tinha um cano, Ver. Beto
Moesch, para escoar. Não havia critério. Agora que a Cidade aposentou os jet ski, aposentou essa turma de mau
agouro, eles rezam para que dê chuva, eles rezam para que dê tormentas para
poderem vir aqui falar. Eles deviam falar daquele conduto de corrupção chamado
“valerioduto” – o Ver. João Dib lembrou muito bem. É o “valerioduto”! Pois
vocês estão até o pescoço, hoje! Dito pelo Supremo Tribunal Federal. Não é nem
um Vereador que está dizendo, é o Supremo que está dizendo que a cúpula do PT
fez o “valerioduto”. Fez! Pegaram um Deputado do PMDB e tem que cassar. Eu acho
que ele até se foi, já partiu desta para uma melhor. Tem que pegar todos os
ladrões! Só que agora estão pegando os ladrões grandes. Quem são esses caras?
Esses, sim, vão para o ralo, esses que têm que entrar para o tubo do DEP, esses
têm que ir para lá que é o lugar deles, para o esgoto do DMAE! Essas pessoas
que prestaram esse desserviço para o Brasil é que o Ver. Comassetto tem que vir
aqui excomungar, mesmo que seja do partido dele. Mas isso eles não têm coragem
de fazer. Isso eles não têm coragem de fazer! Eles precisam de uma chuvarada
para acusar a esmo. Eu acho que nessas bocas de lobo... Ontem eu vi: havia uma
plaquinha do Ver. Comassetto indo para lá. Um cavalete do Ver. Comassetto
estava no esgoto! Estava lá, ajudou a entupir! E agora vem aqui o Ver.
Comassetto e diz: “A chuva! A chuva...”.
Ver. Comassetto, está na hora de a gente botar o
trem nos trilhos de novo. Eu nem queria falar sobre a coisa eleitoral aqui,
Ver. Luiz Braz. Não dá para misturar; nós não precisamos misturar campanha
eleitoral com a chuvarada. Não precisamos! Não precisamos, deixem-no misturar;
ele precisa da chuvarada para tentar esconder a lama que vem de Brasília: algo
de que já sabíamos, mas que agora o Supremo está atestando. Dá para dizer
daqui: é uma tropa de ladrão! É uma tropa de ladrão – dito pelo Supremo. Para
isso, sim, o Ver. Comassetto tem que vir a tribuna e pedir providências.
Volto a dizer que não é nada pessoal com o Ver.
Comassetto – não é nada pessoal –, mas ele acaba obrigando os colegas, como eu,
a virem aqui para contradizer as coisas que ele inventa em cima de uma
chuvarada, em cima de uma tormenta. Ele devia se preocupar, sim, é com as
telhas, com as lonas, com a ajuda que o Governador Tarso Genro tem que mandar
lá para fora! Ele tinha que vir aqui dizer: “Governador Tarso Genro, abra o
olho e vá para o Interior cuidar de quem precisa”. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Fernanda Melchionna solicita Licença para
Tratar de Interesses Particulares no dia 19 de setembro de 2012. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Beto Moesch está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, lembro ainda, quando
eu estava iniciando nesta Câmara de Vereadores, Ver. João Bosco Vaz, em que
houve uma grande enxurrada em 2001, eu nunca deixei de discutir essa
problemática dos alagamentos. Alagamento não é culpa – e eu dizia isso como
Vereador de oposição – de um Governo, é culpa de uma mentalidade que, aos
poucos, espero, esteja passando, de nós impermeabilizarmos a Cidade.
Esta Cidade, como as demais cidades do mundo, foi construída
em cima de arroios, em cima de banhados; as cidades são desmatadas para
colocação do concreto e do asfalto, e no que resulta tudo isso? Por mais obras
de engenharia que se façam, Ver. José Freitas, V. Exa. que tem especialização
em Gestão Ambiental, por mais limpeza de bocas de lobo que se faça, esta Cidade
vai alagar, porque ela está impermeabilizada muito mais do que a água poderia
se infiltrar.
Então, o problema é de mentalidade, e não de governo, o que
não quer dizer que os governos não devam, juntamente com a sociedade, mudar de
mentalidade, Ver. João Pancinha. E é por isso que foi feito o Conduto Forçado
Álvaro Chaves, projetado pelo Governo do Partido dos Trabalhadores, projeto
esse provocado por esta Câmara de Vereadores e que foi executado no Governo
José Fogaça, sob a liderança do Diretor Ernesto Teixeira. Esta obra – eu dizia
como Secretário que a licenciou – era um mal necessário, em virtude desse
histórico que eu falei agora. Não tinha como não se fazer o Conduto Forçado
Álvaro Chaves em virtude da impermeabilização total daquela região. Não tinha
como não ser feito!
Mas se nós continuarmos desmatando, se nós continuarmos
impermeabilizando a Cidade, nós vamos ter, e eu já dizia isso, o Conduto
Forçado 2, 3, 4, gastando milhões e milhões de reais do Erário para isso, uma
coisa que pode ser evitada com uma mudança de mentalidade.
Então,
o que me indigna, Sr. Presidente, é o seguinte: o mesmo Vereador que vem a esta
tribuna
criticar o Governo pelos alagamentos é o mesmo que estimula invasões em áreas
que deveriam ser preservadas para evitar os alagamentos! É o mesmo Vereador que
promove – e lamentavelmente esta Câmara, às vezes, aprova – Áreas Especiais de
Interesse Social dentro de Áreas de Proteção do Ambiente Natural, previstas no
Plano Diretor! É o Vereador que cobra planejamento, mas que acaba com o pouco
planejamento que ainda resta nesta Cidade! Então, esta falta de coerência, esta
demagogia tem que ter uma resposta, e a sociedade tem que saber disso. Ou é um
discurso, e, aí, sim, coerente, ou são vários discursos, dependendo da plateia.
É isso que não é possível nós permitirmos. Portanto, fica aqui, mais uma vez,
Ver. Todeschini: o que nós precisamos é preservar o que restou de Áreas de
Proteção do Ambiente Natural, previstas no Plano Diretor; a mata ciliar; a
vegetação remanescente, a aplicação – que está muito pouco cobrada aqui na
Câmara – da Área Livre Permeável e Vegetada. É isso que tem que ser feito;
claro, cobrando de forma responsável e séria, óbvio, o trabalho do Executivo no
monitoramento e manutenção da infraestrutura existente, sem jamais iludir a
sociedade entregando áreas de risco, que nunca poderão ser regularizadas, num
processo desumano e inaceitável. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público que nos assiste, eu acho que, às vezes, nós não nos damos conta do que
realmente acontece nesta Casa, Ver. João Bosco Vaz. É lógico que a
responsabilidade por qualquer alagamento que ocorra na Cidade é do atual
Prefeito, mas também é responsabilidade dos prefeitos que passaram pelo Paço Municipal.
Mas aqui se joga a responsabilidade para cima de um Prefeito, que, hoje, está
construindo, nesta Cidade, vias de escoamento, e dando continuidade, muitas
vezes, a um projeto de governos anteriores.
O Ver. Beto Moesch foi muito feliz quando colocou a
questão da impermeabilização do solo na Cidade de Porto Alegre. Isso é verdade.
Mas Ver. Goulart, sabe o que estão fazendo? Quando
alguém vem aqui e passa a acusar o Governo, ele perde uma ótima oportunidade de
reconhecer o trabalho desse Governo. Eu estive, até às duas e pouco da manhã,
no Jardim dos Coqueiros, que o senhor conhece muito bem, eu estava lá com água
pela cintura – estava lá fazendo minha obrigação –, e lá estava o Governo do
Município presente, com a Defesa Civil, a Fasc e todos os órgãos do Governo,
prestando assistência. E a chuva que caiu não é uma chuva tradicional na nossa
Cidade, que ocorra todo o ano na magnitude com que ocorreu. Qual a cidade do
Interior que não ficou debaixo d’água? Alguém sabe dizer qual a cidade do
Interior que não ficou debaixo d’água? Quer dizer, acusa-se o Prefeito de Porto
Alegre como se Porto Alegre fosse uma ilha isolada. Bom, daí, pode-se concluir
que, talvez, o Governo do Estado não faça alguma coisa pela cidade de Porto
Alegre, por essa ilha isolada. E, pelo jeito, também não faz no Interior.
Então, onde é que está fazendo? E se não faz na cidade de Porto Alegre, a
responsabilidade é somente do Município? Cadê a responsabilidade pelo interior
do Estado? Mas não é essa a situação.
E enquanto se discute isso aqui, deixa-se de
discutir uma coisa mais importante, qual seja, o que todos nós deveríamos estar
fazendo, Ver. Tessaro, que é lutar para dar assistência a todas as famílias de
Porto Alegre que tiveram suas casas atingidas. Era para todos os órgãos, todos
os Vereadores, todas as autoridades desta Cidade estarem fazendo campanhas para
ajudar essas pessoas. No Jardim dos Coqueiros, que eu citei há pouco, às duas
horas da madrugada, tinha sofá, fogão, geladeira boiando. Mas não foi só lá,
foi em toda a Cidade, em todo o Rio Grande do Sul. Agora, querer tirar vantagem
desse episódio, em cima dessas pessoas, no mínimo, é falta de ética, é falta de
respeito. No mínimo, é dizer que quem governou no passado deixou um buraco
muito grande para que os outros viessem tapar. Então, quero dizer o seguinte:
nosso trabalho, aqui, tem de ser outro. É hora de todo mundo dar as mãos,
oposição, situação, todos nós, para irmos lá fora, ajudar as pessoas, ajudar
quem está no meio da água, quem perdeu tudo o que tinha, quem não tem um
colchão para dormir. Essa é a hora de nós todos estarmos lá, seja situação,
oposição, colorado, gremista, não interessa. Nessa hora, temos que ser
“Zequinha”, para fazer com que as pessoas recebam o que precisam. Ver. Goulart,
é muito triste – nós que vamos para casa e temos a nossa caminha no seco para
dormir – chegar ontem, lá no Jardim dos Coqueiros, e ver o que eu vi. Uma
criança em cima da cama, num cantinho, espremida, dizendo: ”Tio, aqui está
quentinho”. Aquilo mexe com qualquer um de nós. Então, eu quero dizer ao senhor
que esta é a hora. Se o senhor tiver alguma coisa sobrando, não vá o senhor
dar, mande alguém dar. Se o senhor tiver na sua casa uma roupa sobrando, alguma
coisa, mande alguém dar, mande alguém levar para essas pessoas. Eles são
trabalhadores como o senhor; o senhor se diz do movimento rodoviário, eu também
sou cobrador de ônibus, com muito orgulho. E quero dizer para o senhor que, se
puder fazer alguma coisa, faça. Nesse momento, pelo menos, não vamos lincar a
voto, a Partido: “esse é mais bonito, esse é mais feio”. Hoje, é a necessidade
que se apresenta na cidade de Porto Alegre. Eu quero fazer um apelo ao
Presidente desta Casa, no sentido de que esta Casa deveria estar fazendo uma
campanha de arrecadação, assim como outras casas políticas institucionais da
nossa Cidade deveriam estar fazendo, ir para as vilas. Na Valneri Antunes foi a
mesma coisa, assim como na Restinga, no Lami, e em todos os lugares! Não choveu
só aqui em Porto Alegre; choveu nos quatrocentos e poucos Municípios deste
Estado. Culpar o Governador Tarso, no mínimo, é irresponsabilidade; condenar a
Prefeitura Municipal do José Fortunati, no mínimo, é falta de ética. E querer
se aproveitar deste momento...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: ...Agora, achar que a população não entende isso e não
percebe isso, no mínimo, é ser pouco inteligente, para ser diplomático, porque
a população entende que choveu o que há muitos anos, mais de 30, 40 anos, não
chovia em Porto Alegre. Agora, culpar o DEP, por favor! Então, é porque alguém
que já passou pelo DEP e deixou assim. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR.
GOULART: Meu querido Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, meu querido Líder, Ver. DJ Cassiá, muito obrigado pela cedência de
tempo. Eu venho à tribuna porque ouvi os últimos discursos e me vejo obrigado a
fazer uma saudação de cumprimento ao Prefeito Fortunati. Pela quantidade de
chuva que caiu, era bem provável que tivessem acontecido
muito mais desastres, Ver. Paulinho Rubem Berta, muito mais gente assolada pela
enchente.
(Aparte
antirregimental do Ver. Paulinho Rubem Berta.)
O SR. DR. GOULART: Não perdemos nenhuma
vida. E por que isso? Agora eu vou lembrar: primeiro, não é verdade que o DEP
não trabalha bem, ele trabalha bem, trabalha muito bem.
Segundo, nós temos
que saudar o Fortunati, porque ele retirou pessoas de áreas de risco, milhares
de pessoas, Ver. Beto Moesch, milhares de famílias foram retiradas. Lembram
bem, os senhores, o que era a Vila Dique, pois teria enchido o próprio dique,
que lhe dava nome, cheio de água putrefata, e teria inundado as casas!
Novecentas e vinte e duas famílias estão no seco, que o Paulinho Rubem Berta
fala. Não podemos, temos que respeitar o Fortunati. E a Vila Chocolatão
estaria, agora, totalmente destruída pelo vendaval e pela tromba-d’água, mas
agora estão 181 famílias repousando em berço quase esplêndido, na região do
Alto Petrópolis. Querem mais? O que foi o Túnel Verde? Noventa e nove famílias
que se enchiam de água até o pescoço, em todas as enxurradas que aconteciam,
agora estão no bendito, no sagrado aluguel social. Querem mais? O que eram as
pessoas que viviam atrás do Mário Quintana? O que era a Vila Unidão? Estão
todos no Programa Minha Casa, Minha Vida, Ver. João Bosco. Isso tem que ser
dito aqui com respeito! Isso tem que ser apontado. Teríamos que saudar, bater
palmas, em nome dessas pessoas que foram significantemente ajudadas.
Sabe qual é a linha
do discurso inicial que desenvolveu toda essa conversa? É a mesma linha daquele
“abobalhado da enchente”, que colocou ontem, no Facebook, uma foto de oito anos
atrás, com a Av. Goethe cheia de água e um jet
ski passeando por sobre elas. Ele
mentiu! Ainda bem que teve um outro que percebeu e logo corrigiu, colocando, no
dia da enxurrada, a drenagem maravilhosa que acontece. E foi o DEP! Foi o DEP!
Onde? Na Av. Goethe.
Logo, não podemos
fazer política eleitoral em cima desses fatos, porque um fato de chuva que nós
não conseguimos resolver adequadamente, porque não dá para resolver tudo, sabem
muito bem os Vereadores, muito bem os legisladores, muito bem os executivos...
Deveríamos bater palmas, porque grande número da população de Porto Alegre está
a salvo. Mas o que seria das pessoas da Ponta Grossa se lá estivessem naquela
invasão? O que seria delas naquele terreno impróprio para habitação, Beto
Moesch, Brasinha, DJ Cassiá, Presidente Zacher? O que está acontecendo com as
pessoas da zona em que o Ver. Paulinho Rubem Berta estava? Por que elas não
passaram pelo Minha Casa, Minha Vida que construímos? Porque tem uma invasão
inadequada na área para onde eles iriam. E aqui está a denúncia: invasão
inadequada. Lá eles estão, com as crianças, indo para um cantinho ficar de
cócoras contra o frio, contra o medo da água, contra o medo da trombada, contra
o medo da morte. Fortunati, meu Prefeito, não é nada de eleitoral, Prefeito!
Eu, como seu ex-Secretário tenho de dizer parabéns por levar os rumos de Porto
Alegre para onde estão indo. Governar Porto Alegre não pode ser uma aventura,
não deve ser uma aventura e não é uma aventura. Fortunati, parabéns; parabéns a
todo o secretariado, parabéns ao DEP. Não invadam área que é para povo, e não
invadam área onde estariam com água até o nariz. Salve Porto Alegre, salve o
belo trabalho que este Governo está fazendo para Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, venho a esta tribuna porque vi tantos e tantos falatórios a
respeito desta chuva. Disseram que foi a maior chuva que Porto Alegre já teve,
a maior chuva que Porto Alegre já enfrentou, mas não é verdade! Quem quiser
pode fazer pesquisa. Pesquisa oficial é de 125mm de chuva nos últimos três
dias. Em Camaquã choveu 230mm nos mesmos dias; 230mm! Não vamos comparar o
interior do Estado com Porto Alegre, pois choveu o dobro no interior do Estado!
O que vimos em Porto Alegre foi um verdadeiro caos. Ontem eram 11h da noite e
fui socorrer umas pessoas ao lado da empresa do Ver. Alceu Brasinha, atrás do
Posto 35, aquele arroio que vai até a Av. Assis Brasil, lá, aproveitei para
perguntar: mas por que esta enchente? “Porque aqui há um arroio que, nos
últimos oito anos, a Prefeitura nunca sequer passou para ver, limpar ou fazer
qualquer coisa”. E ali há um arroio que sai lá em cima do Country Club, só que,
no Passo da Areia, nesses oito anos, a Prefeitura não passou.
O Ver. Paulinho
lamentou as vítimas do Jardim Coqueiros. Eu lamento também, porque, por
diversas vezes estivemos lá, e não era para aquelas famílias estarem lá desde
2008. Ver. Paulinho, o senhor sabe disso, mas estão lá. E por que aquele arroio
enche? Porque não é desassoreado há mais de cinco anos! É sujeira por todos os
lados. Então, convenhamos! A Prefeitura fez? Fez, mas não o suficiente. Aliás,
a Prefeitura de Porto Alegre somente se preocupa com as obras da Copa, somente
com as obras da Copa do Mundo, e a outra parte da Cidade não existe. O povo
porto-alegrense que sofre não tem... Quem viu como ficou o arroio do Salso
ontem à noite? Como ficaram aquelas famílias na Restinga? É alguma novidade?
Não! O arroio Capivara? Não! Aquilo ali é porque falta organização para fazer
uma cidade permanentemente para ser utilizada pela população de Porto Alegre, e
não apenas o “trilho do Papa”, onde vai ser a Copa do Mundo, gente! Porto
Alegre tem que ser governada por um todo, toda a Cidade, desde o Timbaúva, nas
Ilhas, lá no Mário Quintana, na nossa Vila Nazaré, todas as vilas de Porto
Alegre merecem o mesmo respeito que a Tronco está tendo e que a duplicação da
Voluntários da Pátria também, onde há uma placa embaixo do viaduto bem
escondida para não molhar. Placas de obras há; obras, não. Até quando Porto
Alegre vai fazer com que haja esta cortina, aqui na nossa Câmara de Vereadores?
Os Vereadores tentando fazer uma cortina para que a população não veja que,
aqui em Porto Alegre, a cada chuva que acontece é um caos. Em frente à
Prefeitura, alguém viu como estava ontem à tarde? A água quase entrando no
Banco Santander? Ninguém viu. E ninguém viu, ali na R. Silva Só, aquele ônibus
que não conseguia atravessar e que ia até a Av. Goethe! O ônibus parou em
frente ao Ginásio da Brigada Militar porque não conseguiu transitar. Será que
ali também é um problema?
Eu quero dizer uma
coisa: havia placas de uns 15 candidatos no arroio Dilúvio, não era de um
candidato só, inclusive do Prefeito havia placa dentro do Dilúvio, e eu vi uma
caída. Umas 15 placas havia dentro Dilúvio, de todos os candidatos! Eu acho que
placas deveriam ser banidas, em campanha política, para não inundarem a Cidade,
Ver. Mauro Zacher. Placas de campanhas eleitorais deveriam ser banidas, porque
acontece o que aconteceu ontem, aqui no Gasômetro: placa no meio da água. Tem
que banir! Temos que manter uma cidade limpa e não uma cidade como está Porto
Alegre. E temos que governar a Cidade para todos, não para alguns, não para o
Centro da Cidade apenas; as vilas têm que ter o maior respeito que um
governante possa dar, pois quem sofre nesta época são as pessoas que moram nas
vilas. Foram tantas e tantas as famílias desabrigadas ontem que nós vamos ver,
na próxima semana, a quantidade de reclamações.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras, senhores, com toda a
certeza nenhuma cidade que tivesse recebido a quantidade de chuva que Porto
Alegre recebeu estaria sem problemas. Impossível! Nenhuma Cidade no mundo
estaria sem problemas com a quantidade de chuva que Porto Alegre recebeu! Foi
muita chuva, muita! Inclusive temos que começar a discutir aqui na Câmara o
conceito de cidade, porque vamos espraiando a nossa Cidade e não temos infraestrutura
para tanto, a Cidade começa a ficar muito cara para ser mantida. Acho que
precisaríamos começar a discutir a possibilidade de fazer uma cidade talvez um
pouco mais alta, mas, em compensação, uma cidade que gastasse menos estrutura,
como já se discute hoje em muitas regiões do mundo.
Ver. João Dib, uma
pergunta eu faço para todos os Vereadores que passaram por esta tribuna, porque
vários deles já exerceram funções de mando: quando estiveram à frente de Pastas
da Prefeitura Municipal, fizeram tudo aquilo que poderiam ter feito? Será que esses
Vereadores todos, esses meus amigos, quando estiveram na Prefeitura Municipal,
fizeram o esforço necessário para corrigir os problemas da Cidade?
Vou confessar algo aqui que, talvez, alguns
Vereadores saibam outros não: eu sou contrário a que quem tenha mandato exerça
a função de Secretário. Acho que deveríamos separar, até para o bem da nossa
sociedade: secretários lá para o Executivo e legisladores, aqui, na Câmara
Municipal, para que pudéssemos ter um grande debate na Cidade. Nós não estamos
conseguindo fazer esse grande debate. Estamos misturando muito todas as coisas.
E não é esta Administração, todas Administrações fazem isso, e acho que isso é
ruim para a Cidade, é ruim para a sociedade no geral. Acho que cada um de nós
tem de cobrar, de nós mesmo, as nossas ações, as nossas atitudes.
Eu vi o Ver. Paulinho Rubem Berta dizer que foi às
ruas da Cidade para poder, de repente, dar a sua parcela, o seu quinhão, para
poder, de alguma forma, proteger a população. Isso é bom, isso é excelente, é
de um homem corajoso. Mas acho que precisamos, Ver. Paulinho Rubem Berta, ir
mais, porque somos legisladores. Temos que fazer, aqui, ações – como
representantes da sociedade – para que tenhamos, quem sabe, uma sociedade um
pouco melhor para não enfrentarmos problemas como os que foram enfrentados
agora.
É claro que não se pode culpar um Prefeito ou a
Administração num momento como este. Eu julgo que seria de extremo oportunismo
pessoas que agissem assim: querer culpar um administrador porque com o excesso
de chuva os condutos da Cidade não deram conta de fazer o escoamento da água
que caiu. Não dá! Não se pode cobrar isso! Posso cobrar que em momentos
normais, em dias normais, quando ocorrem chuvas que eu possa considerar normais
para a Cidade, que tenhamos os esgotos funcionando a pleno, que os esgotos
estejam coletando essa água sem causar problemas. Mas com uma chuva torrencial,
principalmente como a de ontem à noite e no começo da madrugada, não dá para
fazer uma previsão. Nós precisaríamos ter, na Cidade, uma estrutura que nenhuma
cidade tem; nem as cidades mais avançadas possuem tanta estrutura assim para
poder, realmente, fazer frente a tormentas como a que nós vimos no final da
noite e no início da madrugada. Então, eu acho que não é um problema de um
culpar o outro, é um somatório que nós devemos fazer para combater os males da
cidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Vereadores e Vereadoras, pessoas que
nos assistem, Ver. Luiz Braz, nós não estamos culpando ninguém! Nós apenas
estamos aqui – e faço das palavras do Ver. Comassetto minhas palavras, porque
nós já registramos várias vezes –, falando da falta de cuidado com a Cidade, em
especial dos equipamentos de drenagem, do DEP. Vocês lembram do debate que nós
tivemos na Rádio Bandeirantes, no mês de março, quando a Cidade ficou parada o
dia inteiro. E quando nós denunciamos que serviços, ainda que contratados, não
estavam sendo feitos, mas pagos; e eu recebi a confirmação porque vários
funcionários do DEP vieram e confirmaram: “O senhor tem razão, o senhor acertou
‘na mosca’!” E eu quero dizer que isso continua acontecendo. Ou é por acaso que
os contratos de manutenção estão todos na mão do Diretor de Conservação? Por
que eles não estão com os engenheiros, não estão com os funcionários das
zonais? Ou é por acaso que o Tribunal de Contas faz uma inspeção no DEP e que
está, inclusive, constatando um desvio de R$ 2,7 milhões numa obra? É de graça
isso?
Ora, senhores, eu fui Diretor do DEP, tenho
tranquilidade. O Ver. Comassetto também, foi Chefe da Seção Sul e fez o melhor
trabalho que aquela Zonal já teve, dragou toda a bacia do arroio do Salso,
todas as valas, todos os arroios! Hoje, pela manhã, uma moradora da Estrada
Gedeon Leite me ligava no telefone, e chorando disse: “Quando o PT dragou as
valas aqui nós não tivemos problemas”. E é verdade, foi o Ver. Comassetto que
fez isso. Como também foi ele que defendeu e incluiu no Socioambiental o Parque
Natural do arroio do Salso, que a atual Administração retirou do Projeto
Integrado Socioambiental.
Ontem, Ver. João Bosco, era meia-noite, e eu fui
chamado a ir na Vila Farrapos, porque estava toda a Vila Farrapos – que é uma
vila regular – debaixo d’água.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Não. Não sou bombeiro, mas sou alguém responsável e respeitado; coisas
que outros não são!
O sistema não funciona por falta de manutenção. O
sistema não funciona porque não é feita a dragagem dos arroios, porque não é
feita a limpeza de valas, porque não é feita a limpeza de galerias, porque não
é feita a limpeza de micro e macrodrenagem em suas redes e porque não é feita a
limpeza das bocas de lobo. Ora, basta ver: são cerca de 70, 80 mil bocas de
lobo e você faz uma estatística e constata que, pelo menos, Jorge, 70% das
bocas de lobo estão entupidas até o limite.
Ontem, na Vila Farrapos, eu vi as ruas alagadas e
as bocas de lobo escoando um filete de água. Por quê? Porque a rede está
entupida, porque a boca de lobo está suja. Essa é a realidade da Cidade. É a
realidade de que os trabalhos são contratados, porém não são feitos, ainda que
sejam pagos. E isso é feito pelo Diretor de Conservação! Tanto é que nós
fizemos um Pedido de Informações sobre quais as bocas de lobo, quais os ETEs,
quais as redes de micro e macrodrenagem que foram limpas e até agora não foi
respondido! Eu sei porque não foi respondido: porque ele vai ser desmentido se
responder que fez! Mas também eu sei que ele pagou. Ou é por acaso? Onde anda o
Diretor do DEP neste momento? Está preocupado com a reeleição do seu candidato,
porque, inclusive, sumiu do DEP.
São essas coisas que nós temos que saber. E isso
não é novo, nós já estamos denunciando isso, desta tribuna, há meses. A questão
da chuva de ontem só agravou a situação. Só agravou. Porque é evidente que uma
chuva de alta intensidade sempre vai gerar problemas aqui ou acolá; mas o
problema foi generalizado na Cidade, apareceu a realidade da falta de
manutenção, da falta de serviços. E por que não falar, por exemplo, das 1.100
famílias flageladas no arroio do Salso, que deveriam ter sido reassentadas e
não foram, passaram-se oito anos e não foi feita uma única casa nova pela
Prefeitura! Essa é a vergonha a que a Cidade está submetida! E não tem moral
qualquer um que venha falar alguma coisa diferente, porque isso tudo pode ser
provado! Está tudo documentado! É uma vergonha querer defender uma situação
insustentável como está sendo defendida aqui! Vamos perguntar para as pessoas
que ganharam Bônus Moradia e estão afogadas, naufragadas e alagadas até este
momento. Reassentaram pessoas nessas condições, pelo amor de Deus!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, evidentemente eu não vou discutir o
discurso do Ver. Todeschini, mas estou pedindo que seja autorizado o
fornecimento de uma cópia integral do pronunciamento dele. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Será encaminhado a V. Exa.
O Ver. Jorge Correa está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JORGE
CORREA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu, como morador da
Vila Cruzeiro, junto com a minha comunidade, sofri com esse alagamento. Para
mim não importa oposição nem situação, o que importa é o povo que mora lá. Eu
tenho uma foto, no meu celular, de ontem à noite – eu gravei –, da nossa
situação na Vila Cruzeiro, que está horrível.
A gente manda uma notificação, um pedido para o
DEP, e o DEP passa para o DMAE; o DMAE diz que não é problema dele, que o
problema é do DEP. E assim fica naquele jogo de empurra. É a mesma coisa que
numa escola municipal, a Prefeitura não limpa o colégio porque ele é estadual;
o Estado não limpa a escola porque ela é municipal.
Isso não nos interessa lá na Vila Cruzeiro. O que
nos interessa lá é que o povo também está sofrendo com esses alagamentos. A
gente vai aos departamentos e manda notificações para eles, e eles não dão bola
para a gente porque nós somos moradores de vila, e eles não dão valor para a
vila.
Eu não sou oposição aqui. Eu estou aqui como
Vereador pelo voto do povo, e não de oposição ou situação – não me interessa
isso. Eu estou aqui, nesta Casa, para lutar pelo direito do povo, é isso que me
interessa. Eu acho que alguma coisa está errada.
Não culpo o Prefeito pelo alagamento, porque foi
muita chuva. Não culpo também o Governo. Eu acho que a situação está em nossas
mãos, Vereadores, nós temos de parar de brigar, oposição e situação, e ver o
povo que está sofrendo na rua. É isso que nos interessa. Nós ganhamos o que
ganhamos aqui nesta Casa porque o povo nos elegeu; foi lá na urna e votou em
nós. E essa briga de oposição e situação tem que parar dentro desta Casa,
porque eu fico desconfortável. Eu, como um humilde cobrador de ônibus, vir para
dentro desta Casa para ver briga de situação e oposição, e quem está sofrendo
na rua é o povo. Vocês têm que se agilizar, se unir e lutar pelos direitos do
povo, porque foi o povo que colocou vocês aqui dentro. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu estava assistindo
e ouvindo os Vereadores que se dizem da oposição, e são da oposição...
(Aparte antirregimental do Ver. Adeli Sell.)
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Está certo, Ver. Adeli, dizendo-se da oposição. E desfilando aqui, Ver.
João Dib, só críticas ao Prefeito Fortunati. Pelo que foi dito aqui, está tudo
errado em Porto Alegre, não tem nada de bom em Porto Alegre! Aí nós vemos as
pesquisas: o Governo Fortunati tem 89% de aprovação. Só não tem 100%,
Todeschini, porque o São Pedro não está na nossa coligação – não deu espaço
para o São Pedro! Porque, se o São Pedro estivesse na nossa coligação, teria
100%.
E V. Exa., que é um Vereador competente, uma pessoa
que eu admiro, estou torcendo que volte para esta Casa, vem aqui, levanta a
bola... Para as relações é ruim isso. V. Exa., quando foi Diretor do DMAE, todo
mundo diz que, em vez de V. Exa. cuidar da água e do DMAE, asfaltou Porto
Alegre, botou mais asfalto que a SMOV, e fez 12 mil votos! E, sem o asfalto,
baixou. Então, nós não podemos chegar aqui e acusar as pessoas, dizer que está
tudo errado. Não, o PT esteve por 16 anos no Governo e fez muitas coisas boas,
e eu votei muito com o PT nesta Casa! E V. Exa. sabe disso. Agora, tem coisas
que o PT fez com que eu não concordei, mas eu nunca vim aqui atacar o Prefeito
João Verle, nunca vim aqui atacar o Prefeito Raul Pont, nunca vim aqui atacar o
Prefeito Tarso! Eu não sei se é o desespero, se é o estresse desta eleição...
Eu estou estressado também! Eu estou estressado também em função desta eleição!
Mas não dá para vir aqui e centralizar na figura do Prefeito Fortunati! Quer
dizer que nos outros governos nunca houve alagamentos? É aquela história que eu
falo sempre, que os senhores não gostam: a única cidade que não teve
alagamento, que não teve buraco, que não teve problema na Saúde foi a Cidade
Viva que vocês criaram na televisão! Aquela cidade de brinquedo! Agora, eu
compreendo as suas críticas, o senhor está no seu direito. Agora, não dá é para
pessoalizar! Não dá para pessoalizar: “Não, mas aí o Prefeito é o culpado, o
Prefeito é isso, o Prefeito é aquilo”. Aí a população dá 89% de aprovação para
o Governo! Entende? Nós temos defeitos? Muitos! Temos erros na Administração?
Muitos! Estamos tentando corrigir? Claro! Inclusive com a ajuda dos senhores!
Vamos corrigir! Vamos tentar fazer o melhor! Mas nenhum governo consegue ser
100%! Não consegue ser 100%! Vou repetir: o PT fez grandes iniciativas em Porto
Alegre, mas não pode fazer os 100%! Por exemplo: a 3ª Perimetral, o PT queria
fazer sem a sinaleira! Não teve dinheiro, mas fez a 3ª Perimetral! Agora o
Prefeito Fortunati vai tirar as sinaleiras – tem dinheiro – e vai fazer os
viadutos, as trincheiras para desafogar o trânsito. Então, é impossível, Ver.
Comassetto e Ver. Todeschini, que um governo seja 100%! Nenhum governo é; nem o
seu Governo, nem o meu Governo, nem os outros governos!
Então, a gente não pode pessoalizar! Eu nunca
pessoalizei! Obviamente que pensamos diferente, mas eu, como Vereador – está
aqui o Adeli que foi Vereador comigo na época, a Ver.ª Sofia –, sempre votei
com o PT quando foi necessário e possível aprovar algum projeto sem pessoalizar
contra os governantes que lá estavam. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Não há mais inscrições para Comunicação de Líder.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 15h27min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 075/12 – (Proc. nº 2126/12 – Ver.
Alceu Brasinha) – requer a realização
de Sessão Solene, no dia 21 de setembro, às 17h, destinada a assinalar o
transcurso dos 50 anos de fundação do Centro de Tradições Gaúchas Tiarayú.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o
Requerimento nº 075/12, de autoria do Ver. Alceu Brasinha. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1216/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/12, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que concede o
Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Grupo de Diálogo Inter-Religioso de
Porto Alegre – Dirpoa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 03-09-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PR nº
026/12, de autoria do Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1042/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 019/12, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao
IBGEN Educacional Ltda.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 12-09-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PR nº 019/12, de autoria do Ver.
Newton Braga Rosa. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1471/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/12, que institui o
Plano de Incentivo para as transferências de potencial construtivo dos imóveis
atingidos pelas obras viárias necessárias à realização da Copa do Mundo de
2014, à implantação do Sistema “Bus Rapid Transit” (BRT) e à implantação do
Metrô em Porto Alegre, cria o Fundo da Copa do Mundo de 2014 (FUNCOPA) e
estabelece condições para a alienação de estoques construtivos públicos. Com
Emendas nos 01 a 05.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, COSMAM e CECE. Relator-Geral Ver. Márcio Bins Ely: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 02-08-12;
- adiada a discussão por
uma Sessão, em 15-08-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLCE nº 007/12, com Emendas nº 01 a
nº 07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº
007/12.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, Ver. Mauro Zacher; meus caros colegas, Vereadores e
Vereadoras; eu queria fazer um apelo para que em algum momento da discussão
pudéssemos interromper esta Sessão por cinco minutos, para fazermos um diálogo
acerca de algumas Emendas e alguns ajustes, porque eu acho que é deveras
importante este Projeto. Nós temos que pensar na cidade do futuro e,
diferentemente do que houve em alguns momentos aqui, em debates sobre
adensamento, muitas vezes houve posições tremendamente equivocadas, porque em
alguns bairros não é mais tolerável o adensamento, pois não haverá
trafegabilidade, não haverá como chegar às edificações. Mas aqui nós estamos
tratando de uma linha de metrô. Em qualquer parte do mundo, os Governos
incentivam o adensamento, Haroldo de Souza, no correr da linha do metrô e dos
trens, exatamente para que as pessoas façam suas residências naqueles espaços
por onde corre a linha do metrô, para que não haja deslocamentos tão grandes de
outras partes. Portanto, nós temos que pensar e apoiar, evidentemente, o
adensamento ao longo da linha do metrô. Mas aqui, na última hora, apareceram algumas
Emendas sobre as quais eu acredito que nenhum de nós, Presidente Mauro Zacher,
conseguiu fazer uma análise mais pormenorizada. Eu acabei de receber uma
Emenda, quando vinha à tribuna, e não consegui nem analisar a Emenda. E V. Exa.
sabe que às vezes uma Emenda pode mudar globalmente um Projeto de Lei. Então,
eu acho que o debate inicial... Por isto fui o primeiro a me inscrever, para
que a gente pudesse, conversando, talvez se entendendo sobre essas questões...
Eu acredito que deveríamos fazer uma pausa aqui, Ver. Cecchim, em algum
momento, para a gente conhecer mais e melhor algumas Emendas.
Nós temos que sempre olhar o lado da mobilidade, da
acessibilidade, da sustentabilidade ambiental, porque uma obra de metrô vai
fazer uma inserção profunda no tecido urbano da Cidade. Haverá desapropriações,
em alguns lugares talvez árvores terão que cair, mas, em outros lugares, elas
poderão ressurgir. Como aqui, nos últimos minutos, foram protocoladas algumas
Emendas sem a gente ter o devido conhecimento, eu proponho que, em algum
momento da Sessão, ainda no período de discussão, a gente paralise a Sessão por
alguns minutos, a fim de buscarmos os acordos necessários, para não termos uma
votação de afogadilho, para não passar algum elemento que, depois, o Governo
Municipal não dê sustentação, haverá atrapalho, atraso numa possível obra. E
nós temos que, sempre, pensar na questão da acessibilidade; a densidade é
fundamental, mas as ruas no entorno têm que estar muito bem articuladas com as
estações do metrô, não podem ser apenas atividades meramente residenciais. Nós
sabemos que o adensamento é importante quando conjugado com atividade de
serviços, tanto que, nas modernas estações de trem do nosso Trensurb, do
Governo Federal, em Novo Hamburgo, a estação final daqui para lá; portanto,
início de quem mora lá, tem uma estação com um conjunto de serviços na própria
estação. São Paulo evoluiu para isso. Nós estamos evoluindo para isso também,
porque é exatamente o uso misto que se faz que dá vida, é o que dá condições efetivas
de termos uma cidade com mais vida, com mais dinamismo.
É por isso, então, que eu busco esse diálogo, para
que a gente, com muita serenidade, possa discutir uma por uma das sete Emendas,
para que a gente não tenha problemas no futuro por aprovar na corrida, ainda
mais que estamos num momento de tensão pré-eleitoral, uma grande TPE. Isso não
pode atrapalhar, de jeito nenhum, um Projeto da profundidade que tem este
Projeto do Executivo, que está em discussão para votação e que institui o Plano
de Incentivo às Transferências de Potencial Construtivo dos imóveis atingidos
pelas obras viárias necessárias à realização da Copa de 2014, a implantação do
Sistema Bus Rapid Transit, o famoso BRT, mais conhecido como ligeirinho;
portanto, o mesmo é válido para o metrô do futuro.
Portanto, nós estamos trabalhando com obras viárias
e adensamento da Cidade. Isso é necessário? Sim, sempre foi, aqui e em qualquer
lugar do mundo, mas devagar com o andor, vamos analisar todas as Emendas, sem
prejuízo à população de Porto Alegre.
Eu espero que, com a minha intervenção, eu possa
ajudar nesse debate. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCE nº 007/12.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, este Plano de Incentivo para as Transferências
de Potencial Construtivo dos imóveis atingidos pelas obras da Copa, na minha
avaliação ainda tem ainda alguns problemas. Também concordo que se há algum
lugar que tem, pode e deve adensar é em torno das grandes avenidas – para isso
nós estamos de acordo. Só que há avenidas aqui onde nós tínhamos áreas públicas
que foram doadas, que foram ocupadas, apropriadas – eu não tenho esse
levantamento amiúde –, mas se eram áreas públicas e alguém foi beneficiado por
elas, não pode ser indenizado, nem incentivado, porque seria um duplo
benefício, como a Av. Edvaldo Pereira Paiva, como na Av. Padre Cacique, como na
Av. Tronco, nós temos várias áreas que eram, originalmente, públicas. Áreas
públicas já doadas, Ver. Carlos Todeschini, não podem ter – eu não tenho este
mapa (Mostra mapas.), mais ou menos infiro algumas, não quero, obviamente,
expor ninguém – um duplo benefício ainda, indenizar mais, dar 20% a mais de
índice.
Então, esse tema é um
dos elementos que não me dá segurança para aprovar este Projeto. O segundo
elemento é o mais grave na minha opinião: disponibilização de Índices
Construtivos e o destino desses recursos para o Funcopa para investimentos em
infraestrutura e vias, porque, de um lado, nós retiramos de uma fonte
importante de financiamento de moradia popular, nós vamos retirar esses
recursos todos e destinar ao tema viário. Não que o tema viário não seja
necessário e importante, mas é uma priorização do automóvel, do andar
individual em relação à moradia popular. Eu tenho clareza de qual escolha
farei: a da moradia popular, porque nós estamos rodando esta Cidade há quatro,
oito, doze anos, no meu caso, e nós sabemos como moram mal os porto-alegrenses,
quantas comunidades estão morando muito mal. A Vila Liberdade, onde fizemos
Audiência Pública, fizemos o Câmara na Comunidade, é assustadora, tem oito anos
de atraso do Programa Integrado Entrada da Cidade, o PIEC, as
pessoas moram miseravelmente, um grande número delas. E não há recursos, não há
tempo, não há capacidade técnica da Prefeitura. Pasmem, o Programa Integrado
Entrada da Cidade, que era previsto para “x” famílias; hoje, oito anos depois –
eu não tenho a totalização disso –, mas, na Vila Santo André, são 140 famílias
que têm financiamento. Hoje, existem lá quase 700 famílias. Então, tem um saldo
de 500 famílias para as quais precisam fazer moradias no entorno da Arena do
Grêmio. Assim, só numa Vila; na Vila Liberdade, o excedente é mais de 200. No
Beco X não tem previsão, ou alguns. Na Vila Tio Zeca/Vila Areia, a comunidade
já havia saído e já ocorreu nova ocupação, porque não foi urbanizado, não foi
fiscalizado, por que não andou o PIEC, Ver. Tessaro. Na Vila Liberdade, já
falei aqui, a diferença é de 200, é um drama. Como se explica, como nós,
Vereadores, vamos dar acordo para tirar recursos da Moradia Popular para ir
para a Circulação. É importante? É importante! Mas é impossível, colocando na
balança, conhecendo a realidade dramática só do entorno da Arena do Grêmio.
Outro elemento mobilizou-me para fazer uma emenda
de extinção do Funcopa: querem vender índices, querem beneficiar o entorno das
grandes avenidas, tudo bem, vamos investir em moradia popular esses recursos.
Por que? O caso da Arena do Grêmio é emblemático. O caso da OAS...
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Desculpa, o Senhor tem o direito de interditar um Vereador? Não, não é?
No caso da OAS, o Estudo de Impacto Ambiental indicou que todas as vias, no
entorno da Arena, têm de ser feito pela OAS, e a Prefeitura está buscando 80
milhões. Então, não posso dar acordo para que os índices construtivos deste
Projeto sejam destinados para o Funcopa para esse tipo de valores, porque a
Prefeitura não cobra da OAS, por exemplo, que faça a parte dela. A Prefeitura
está sendo muito generosa e, depois, vem buscar recursos da Moradia Popular
para fazer o que ela não cobra, por exemplo, da OAS. E eu vou recordar aos
senhores: a OAS recebeu dois terrenos públicos: ficou com o terreno da escola
Vergara e colocou a Escola Vergara em outro terreno público. A OAS recebeu 80
milhões na diferença dos terrenos; a OAS recebeu índice construtivo em todo o
empreendimento, inclusive nos dois mil apartamentos, shopping e hotel; a OAS recebeu
redução de impostos nos materiais, etc., ou seja, era barbada fazer as vias no
entorno. Então, não tenho como dar acordo a este Projeto, porque, na prática,
significa desviar da habitação popular para vias públicas, uma vez que esta
Prefeitura não cobra de quem pode, e deve, contrapartidas em mobilidade urbana.
Esse é o meu grande desacordo com este Projeto, e eu gostaria que este Plenário
refletisse para que a gente pudesse interferir nesse tema, principalmente nesse
aspecto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLCE nº 007/12.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, eu não vou ocupar o tempo de cinco minutos, mas eu quero
dizer para V. Exa. que fui obrigado a vir aqui – sei que estamos tratando do
Projeto do Funcopa e já antecipo que vou votar favoravelmente a ele, pois eu
quero o bem da Cidade, eu quero que a Cidade ande –, porque a Ver.ª Sofia
sempre bota lenha na fogueira nessa questão da OAS, falando que ela não está cumprido
o pactuado. E eu digo que tudo o que a OAS fez está no papel e está sendo
cumprido rigorosamente. A senhora sempre joga areia na Arena do Grêmio! Eu não
sei o que a senhora tem contra o Grêmio?! Por que a senhora não fala do
Internacional? Eles estão construindo um campo na beira do Guaíba, então, por
que a senhora não fala disso? A senhora, primeiramente, tem que ter respeito
pelo cidadão, pela empresa que trabalha bastante e que está cumprindo
rigorosamente, Ver. Luiz Braz, o que foi pactuado – o senhor sabe que ela está
cumprindo. Mas a Vereadora sempre vem aqui fazer brincadeiras em relação a essa
empresa. Já denunciou ao Ministério Público, já denunciou em tudo que é lugar.
Só que a senhora tem que denunciar o seu passado também, Vereadora, lá na
Secretaria, as boas coisas que a senhora fez, e tem que parar de falar essas
bobagens, parar de falar da Arena do Grêmio e parar de falar da OAS. Tem que
respeitar os empresários, o que é isso!?
E agora vem um Projeto para esta Casa, para o bem
da Cidade, para a Copa do Mundo, mas aí não pode. Ela sempre bota lenha na
fogueira. Então, eu quero dizer para a Ver.ª Sofia: pare de reclamar e pare de
falar na Arena do Grêmio.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLCE nº 007/12.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas
Vereadoras e Vereadores; senhoras e senhores, é com muita satisfação que venho
a esta tribuna, sempre em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores,
para dizer àqueles que há poucos minutos faziam acusações à minha pessoa – ou
ao meu mandato, melhor dizendo, porque o que vale aqui é o mandato, não é a
pessoa –, bem como ao Partido dos Trabalhadores, dizendo que não construímos
nada na cidade de Porto Alegre. Eu quero dizer que isso não é verdade, nós
temos trazido sempre o contraditório, quando é necessário, para que possa
avançar a Cidade.
No caso específico deste Projeto, que é um Projeto
que pensa estruturar a cidade de Porto Alegre. Sob o ponto de vista conceitual,
não temos nenhum problema, votaremos favoravelmente a ele. Inclusive nós, a
gestão do PT, construímos a maior obra viária das últimas cinco décadas em
Porto Alegre, a 3ª Perimetral, que ficou inconclusa porque, logo depois que o
Fogaça recebeu, não a concluiu. Mas agora, nesta política, é apresentada a
possibilidade de fazer algumas obras de arte para a sua conclusão. Então,
diante disso, Ver. João Antonio Dib, o senhor bem lembra que lá em 2004 ainda
faltava ser construído um conjunto de viadutos, inclusive o Neuza Brizola.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Comassetto, é judicioso o pronunciamento de Vossa Excelência. Acho que cabe
fazer um estudo da Zona Sul, depois, em relação a isso. Agora, as obras em 2004
não foram concluídas por falta de recursos, inclusive por débitos
internacionais.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: O senhor sabe que a 3ª Perimetral foi uma obra
construída pela Administração Popular, que teve os recursos buscados... Essa
falácia da gestão Fogaça, que disse que recebeu a Prefeitura quebrada, sempre
foi um equívoco. Nós temos uma visão diferente de fazer gestão. Veja só, nós
aplicávamos todo o Orçamento que prevíamos como investimento, diferente da
gestão Fogaça, que, durante os seus seis anos, investiu 38% de tudo que nós
aprovamos no Orçamento. É claro, aí diz que o caixa está em azul! Caixa em
azul; população no vermelho. Não é isso que uma boa gestão deva fazer. Gestão
tem que saber administrar, inclusive, suas dívidas. Para quê? Para investir na
qualificação da Cidade. A pavimentação comunitária parou completamente, a não
ser esse asfalto “casca de ovo” que o ex-Secretário da SMOV está botando nas
vilas só com fins eleitoreiros. Sabe disso o Ver. Alceu Brasinha.
Então, neste projeto específico da Copa, que é para
nós implantarmos o BRT, bem como o metrô, um projeto em parceria com o Governo
Federal, votaremos favoravelmente. Inclusive apresentei uma Emenda a este
projeto que está em discussão, quero apresentar aos colegas Vereadores, porque,
hoje, o índice para compra está concentrado onde? Três Figueiras, Moinhos de
Vento é onde se concentra a grande quantidade de índices. Outras regiões da
Cidade que querem comprar o índice também para investir, para fazer o centro de
bairro não podem, que é o caso, Ver. Todeschini, lá na Av. Juca Batista, Av.
Edgar Pires de Castro. Na Av. Juca Batista é onde está o Zaffari, ali em
Ipanema. Por que não investirmos conceitualmente para que aquela região seja um
centro de bairro, para que se possa instalar ali o comércio, centros
profissionais, atividades de restaurantes, lazer, cultura e assim por diante,
para que as pessoas não precisem se deslocar ao Centro da Cidade?
A Emenda que apresentamos, depois de um debate na
região e com muitos colegas Vereadores, tem este objetivo: que aquela região
possa também comprar esses índices que estamos aprovando hoje aqui. Para quê?
Para investir no desenvolvimento de uma região. Assim, Paulinho, por que, na
Av. Baltazar, não se poderia também comprar os índices para que ali possa ser
feito um investimento naquela região? Para que os empreendedores possam
construir o que chamamos de centro de bairros da Cidade.
Então, a Bancada do Partido dos Trabalhadores
ofereceu algumas emendas, entre elas esta de descentralizar a possibilidade da
compra de índices na Cidade. Votaremos favoráveis ao projeto, porque, quando
nós construímos a 3ª Perimetral, na Administração do então Prefeito, Raul Pont,
foi aprovado um projeto, nesta Casa, com o mesmo teor para poder vender índice
com um percentual maior com o fim de construir a 3ª Perimetral e realizar a
desapropriação. Agora, na Av. Tronco, na linha do metrô, onde serão construídas
essas obras, o que o Prefeito está propondo? Dar aos proprietários mais 20% nos
índices para que, quem for comprar, auxilie na desapropriação desse trabalho.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, eu
queria fazer uma pergunta para Vossa Excelência. Realmente, vocês é que fizeram
o projeto da 3ª Perimetral, vocês é que começaram a 3ª Perimetral e foram vocês
os que fizeram aquele corredor, onde, até hoje, não circulam muitos ônibus. Eu
gostaria de saber de V. Exa. quem foi que pagou a primeira prestação: foi a
gestão de vocês ou a gestão Fogaça?
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Brasinha, gestão pública é uma só. O
governante, quando assume, assume o compromisso sobre os projetos existentes,
seus ônus e bônus. Nós deixamos, como herança bendita para a cidade de Porto
Alegre, a pavimentação e a regularização fundiária de inúmeras comunidades. Nós
deixamos uma grande obra que foi a 3º Perimetral, que ficou, é verdade,
inconclusa, porque ainda não se fizeram as obras de arte, todo o incentivo para
construir os centros de bairros – ela passa por 14 bairros... Qual projeto foi
feito para incentivar que o bairro Nonoai, por exemplo, se fortaleça, que o
bairro Cavalhada se fortaleça, que a região de Navegantes, onde inicia a 3ª
Perimetral se fortaleça? Nenhum projeto complementar, o que deveria ter sido
feito. Portanto, temos que aproveitar estes momentos, em que estamos falando em
aumentar os índices das novas obras, também para trazer o debate que, na linha
do metrô, tem que haver um incentivo dos centros de bairros onde serão feitas
as paradas. Paradas de metrô não é só um buraco; ela tem que ser uma unidade de
desenvolvimento regional localizado. Esse é o nosso entendimento, votaremos
favoravelmente e oferecemos esta Emenda para o debate, para podermos construir
soluções para as outras regiões da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Peço licença aos colegas Vereadores para,
rapidamente, em uma quebra regimental, saudar a servidora da nossa Câmara
Municipal Georgeta Maria de Barros Jung. Ela iniciou na Câmara Municipal no dia
28-5-1979; foram 33 anos, 3 meses e 17 dias de trabalho aqui na Câmara, como nossa chefe da Tesouraria. Com muita alegria, eu
queria uma salva de palmas, de todos, para esta servidora exemplar que muito
nos orgulha e que está se aposentando no dia de hoje. Muito obrigado, Georgeta,
em nome da nossa Câmara Municipal. Quem ficará no seu lugar é o Sr. Lauro.
Muito obrigado, Lauro, por aceitar o desafio.
Passo a palavra para
a Georgeta, para que ela possa fazer os seus agradecimentos.
A SRA. GEORGETA MARIA DE BARROS JUNG: Presidente, eu
nem sei o que dizer. Muito obrigada a todos, foi muito bom ter permanecido aqui
todo esse tempo. Tudo o que eu consegui sempre foi pela Câmara. Agradeço muito
a todos. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Nós é que
ficamos muito honrados por essa vida de serviços prestados à nossa Câmara
Municipal. Muito obrigado.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/12.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não vou discutir quem fez a
3ª Perimetral, quem começou, quem terminou, porque eu poderia dizer que no dia
31 de dezembro de 1983 eu entreguei pronto o binário Edu Chaves/Souza Reis -
Ceará/Pereira Franco, que foi o início da 3ª Perimetral. Mas, antes disso, no
dia 8 de maio de 1978, nós entregamos a Tarso Dutra, e aí a 3ª Perimetral
estava aberta, e, depois, houve continuidade nas obras. Mas o mais importante
na execução da 3ª Perimetral é que ela foi feita com a troca de índices
construtivos, de todas as desapropriações, o que tornou mais rápida, mais
eficiente, e mais segura a construção dessa obra que é importante, que ainda
não está 100% concluída, mas será, sem dúvida nenhuma.
Portanto, o que peço
é que os meus colegas aprovem o Projeto do Executivo.
A Emenda do Ver.
Comassetto não se enquadra no Projeto, mas cabe fazer um Projeto em torno da
mesma, porque é uma alteração do Plano Diretor, e pode se rever algo mais até.
E a Emenda da Ver.ª Sofia, que retira o Funcopa, permitindo que use o dinheiro
da venda de índices em qualquer lugar... O texto é objetivo: é para obras da
Copa. Então não deve ser utilizado este dinheiro noutra área. Acho que o
interesse da Cidade está dizendo que nós precisamos votar e acertar as emendas
como nós já colocamos, aqui, sem nenhum problema. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/12.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Vereadoras, também os que nos assistem, este
Projeto que vem do Executivo propõe o incentivo à transferência de índices pelo
seguinte traçado viário... O artigo 2º diz o seguinte: “Fica instituído o Plano
de Incentivo a transferências de potencial construtivo de que tratam os artigos
51 e 52 da Lei Complementar nº 434 de 1999, os imóveis atingidos pelo traçado
viário: a) Av. Tronco; b) Av. Edvaldo Pereira Paiva; c) Av. Padre Cacique; d)
Viaduto da 3ª Perimetral sobre a Bento; e) do Túnel da 3ª Perimetral sobre a
Cristóvão Colombo; f) Viaduto da 3ª Perimetral sobre a Av. Plínio; g) Viaduto
da 3ª Perimetral sobre a Anita; h) Passagem de nível da Av. dos Estados sob a Av.
Farrapos; i) da Rua Voluntários da Pátria entre a Rua Conceição e a Av.
Sertório; j) da Av. Severo Dullius; k) do Viaduto da Av. Julio de Castilhos
sobre a Rua Conceição; e pelo traçado do Sistema BRTs; e pelo traçado do metrô
de Porto Alegre”.
Bem, senhoras e
senhores, é verdadeiro o que foi falado que a 3ª Perimetral se viabilizou
praticamente sem custo de desapropriações porque foi usada essa moeda, Ver.
João Antonio Dib, a moeda de índices. E foram cinco mil imóveis no valor, à
época, de R$ 30 milhões, sem o Município precisar desembolsar um único centavo
para as aquisições. Está ali a 3ª Perimetral que, no plano básico previsto,
está implantada com os espaços, requerendo, agora, ajustes, em que há
trincheiras e viadutos previstos. No entanto, eu tenho aqui uma análise crítica
que me foi passada pelos técnicos, inclusive os técnicos que fizeram os
serviços de desapropriações e de aquisições para a implantação da 3ª
Perimetral, de que é muito crítico este Projeto, porque este Projeto favorece
demais o lançamento de índices no mercado, e isso enfraquece o poder de
negociação do público e favorece a oferta, fazendo com que os preços
possivelmente sejam rebaixados ou sejam estocados por um bom tempo para os
adquirentes, em prejuízo ao Poder Público.
Então, eu penso que é
complicado do jeito que está o Projeto. Ele tem várias situações, sim, que
devem ser aprovadas como ideia geral, mas que no detalhe, pela análise técnica
que fazemos, pode se tornar um grande problema para o Poder Público, para o
interesse público, para o cidadão de Porto Alegre, porque se trata de uma
moeda, de recursos, de dinheiro público, que pode estar sendo transferido para
o mercado a preço aviltado, em excesso de oferta, com a formação de estoques, e
outros problemas. Eu penso que nós deveríamos examinar, pelo menos, Ver. João
Dib, que é o Líder do Governo, com mais cautela. Nós deveríamos examinar
profundamente as emendas para que se possa ter, Ver. Cecchim, um Projeto
aprovado que vem do Executivo. Eu penso que ele vem com um bom trabalho
acumulado, mas que deve receber os ajustes necessários aqui, nesta Câmara. E,
por isso, é importante que mais Vereadores debatam a matéria, que se conheça em
profundidade, porque uma análise que me foi passada aqui pelos técnicos me dá
conta de preocupações importantes, de ressalvas, para que nós possamos ter,
pelo menos, o mesmo resultado que se teve no momento de construção da 3ª
Perimetral. É disso que eu venho falar, não é apenas a obra do metrô; são
várias obras, várias avenidas, várias intervenções em vários pontos da Cidade.
E, portanto, requer uma análise maior. Eu penso que nós deveríamos pedir o
adiamento da votação deste Projeto, para podermos construir as emendas de forma
conjunta. Nós não queremos ser contrários, mas nós queremos saber se o que
estamos votando é matéria que vai ajudar a Cidade, vai garantir o interesse
público, vai garantir o recurso público e vai interessar à maioria do povo de
Porto Alegre. É por isso que eu coloco a preocupação que deveríamos adiar a
votação, pois este é um Projeto que mexe, e muito, com a Cidade, Jorge. E,
portanto, não pode haver decisão açodada, porque nós podemos estar, de uma
forma ou de outra, produzindo dificuldades, inconvenientes ou fazendo com que a
Cidade possa ficar vulnerável à ganância, o que é muito comum também. Isso
acontece, e por isso a minha cautela de que nós possamos, pelo menos, Ver. João
Dib, produzir as emendas de forma consciente e conjunta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/12.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, este Projeto já está sendo discutido aqui na
Câmara há algumas Sessões, Ver. João Bosco, discutido com a Secretaria da
Fazenda, com a Prefeitura, com os técnicos, com os Vereadores. O Ver. Adeli
Sell tinha algumas preocupações, e uma delas, eu vou tentar tirar – a
preocupação do Ver. Adeli Sell. A Emenda nº 06, que eu assinei como líder, na
realidade é, praticamente, um consenso, Ver. Todeschini, que limita, para não
deixar uma carta branca à Secretaria da Fazenda, mas há um acordo de se fazer.
O que ela diz? A aplicação dentro da Macrozona, para que se possa aproveitar um
índice, Ver. Nagelstein, um índice, por exemplo, na região do metrô, se ele for
usado em Petrópolis, esse índice vale mais do que na Região do Salso ou em
outra região, ou lá onde o Ver. Comassetto também tinha uma Emenda – não sei se
ainda tem, Ver. Comassetto –, na Av. Edgar Pires de
Castro; acho que, em um próximo momento, tem que se discutir isso também.
O que nós estamos tratando aqui é fazer
com que esses índices sejam aproveitados da melhor maneira possível. Se o
empreendedor fizer o edifício, ou a construção, ou o que ele fizer de
aproveitamento do solo, e esse índice for perto ou na região onde será
construído o metrô, ele possa usar pela valorização do local. Nada mais justo
do que isso. Essa Emenda apenas diz isso: que seja aproveitado o valor local do
índice.
A outra Emenda, a nº 07, limita a
valorização do índice da Copa em 20%, para não deixar, daqui a pouquinho,
alguém leiloar a 70% ou 80% do valor real desses índices.
Acho que não há nenhum motivo para
transferirmos essa votação. Está na hora de ser votado, há mais ou menos um
consenso – não digo geral, porque todo mundo tem o direito de discordar –, mas
estamos prontos para votar e para aprovar esta matéria para fazer com que a
própria Prefeitura possa trabalhar nesse tema, que é muito importante para o
Município.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para discutir o PLCE nº 007/12.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher;
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, cidadãos que nos acompanham nas galerias,
pela Rádio e pela TVCâmara; Ver. João Antonio Dib, Ver. João Bosco Vaz, o
Secretário da SMIC, assim como o Secretário da SMAM também, especialmente esses
dois, têm o dever de zelar pelo Código de Posturas da Cidade. Isso é o que
regra a convivência na Cidade e as próprias
relações econômicas. Como é que alguém vai explorar o seu negócio de forma que
seja de acordo com as regras de civilidade, que não pratique um comércio
predatório, que não abuse do espaço público, enfim, essas coisas todas.
Pois há alguns dias
chega aqui na Câmara de Vereadores e no 156 da Prefeitura o pedido para uma
verificação de uma empresa que fazia poluição ambiental. A SMIC foi, constatou
que de fato havia problema, a SMAM foi e fez a medição, chamou-se o empresário,
na boa-fé, foi feita a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, ele se
comprometeu a fazer o isolamento acústico para que deixe de perturbar o
entorno, a vida dos demais, muitas vezes até de infernizar, e é a boa-fé do
Poder Público – porque dá essa oportunidade –, o empresário adere, assume e no
dia seguinte, solenemente, descumpre o compromisso e continua infernizando a
vida de todos. O que se faz, Ver. Idenir Cecchim? Fecha-se!
Eu sempre fui muito
consciente e parcimonioso nas decisões que tomei enquanto Secretário da
Indústria e Comércio. Sempre persigo como norte da minha vida o ideal da
Justiça; tentar ouvir todas as partes e fazer o que é mais correto. Pois
mandaram levantar a interdição de uma empresa que estava fazendo isso e que a
SMIC corretamente interditou. Quero dizer de forma muito clara ao Prefeito, e
não foi responsabilidade dele, que terei muita dificuldade de agora em diante,
pois uma vez que um ex-Secretário tem ciência dessas coisas e que por outros
meios se levante uma interdição, de votar junto com o Governo. Tenho certeza de
que não foi coisa dele, por isso acompanho o Governo, por isso sou leal e fiel
a este Governo, como sempre fui desde o princípio, mas quando acontece esse
tipo de coisa é preciso falar.
Com relação ao nosso
Projeto, tenho de dizer que, já com vistas a uma próxima legislatura, gostaria
que fosse a última vez que chegassem neste Legislativo projetos de incentivo
econômico que não fossem coordenados dentro de uma visão macroeconômica. Sou
favorável ao Projeto, está aqui nosso colega, companheiro de Governo, da
Fazenda, tem a participação da Fazenda, mas conceitualmente, Sr. Presidente,
acho que para o futuro estratégico de Porto Alegre, os projetos têm de ser
construídos e coordenados. Numa secretaria o que o Prefeito fala, numa
secretaria de licenciamento, numa estrutura de licenciamento, num escritório de
licenciamento que vai incluir o planejamento, vai incluir a Fazenda e vai
incluir a Secretaria de Indústria e Comércio numa política de desenvolvimento
econômico que tem a ver com indústria e comércio, isso é nosso! O Prefeito tem
falado: “Isso é nosso!” Ele tem dito e temos trabalhado isso já há dois anos em
conversas com o Sinduscon e isso eu vou cobrar, se Deus me permitir a graça de
voltar a esta Câmara, que seja implementado no Município de Porto
Alegre, no nosso Governo. E quero dizer que, mais do que isso, nós temos que
avançar para o CPACs, que foi feito em São Paulo, que garante recurso dessas
obras, para fazer em recursos de vendas de títulos e outras coisas mais, para
fazer obras que o Município precisa, Ver. João Pancinha, como viadutos, como
passagens de nível, como obras de drenagem. Tudo isso foi feito em São Paulo,
em regiões que estavam economicamente deprimidas – assim como é o nosso 4º
Distrito – e faz poupança e faz caixa dando índice construtivo e estimulando o
adensamento lá para investir em obras viárias em outros bairros! Isso tem que
vir para cá e é urgente que seja feito! Mais: este Projeto não se complementa,
ele é uma parte, e tem que ser aprovado hoje, sim! Ele vai precisar esperar, e
nós vamos ter que trabalhar para que, logo em seguida, a gente crie uma
ferramenta para adensar, no entorno, 90 metros para dentro da margem dessas
avenidas aqui, onde passa o metrô e onde passam os BRTs! Esse é o espírito
desta Lei: colocar transporte coletivo, colocar metrô e fazer com que as
pessoas morem em grandes edifícios que sejam próximos do metrô. O metrô vai
servir para os próximos 100 anos, não é para 30 anos! Então, o cara mora ali,
sai de casa, caminha 100 metros e entra no metrô. Então, a segunda etapa que
tem que vir a partir desta Lei, desses índices, que são poucos, é essa. E aí
nós temos que ter o compromisso da Fazenda! Nós temos que ter o apoio do setor
da construção civil – porque interessa a ele também – de fazer isso: adensar
nas margens dessas grandes avenidas que vão receber o BRT, e não para dentro do
miolo do bairro. Isso, sim, nós temos que evitar, que seja dentro do miolo do
bairro. E devemos aproveitar, nessa mesma linha, nessa mesma toada estratégica
de pensar o futuro da Cidade e que tem que ser dentro de uma nova estrutura,
volto a dizer, que tenha o Planejamento, que tenha a Fazenda, que tenha a SMIC,
que todas pensem estrategicamente o desenvolvimento da Cidade com uma nova
estrutura, e não a que está aí. Porque, hoje, todo mundo mete a colher nesse
angu aqui: a Fazenda legisla um pouco a respeito disso, a Secretaria do
Planejamento outro pouco, aí vem a PGM e tranca tudo, aí tem a parte da
Secretaria do Meio Ambiente. Então, tem que unificar tudo isso! Tem que dar
sentido, tem que olhar como as outras cidades do Brasil estão fazendo! Porto
Alegre está perdendo competitividade por isso. E o Prefeito sabe disso, ele
está trabalhando para isso! Nós temos o apoio da Federasul, do IDG, do PGQP e
estamos trabalhando nesse sentido. E temos que aproveitar e aprovar também os
Repots, que são as Regiões de Potencial Tecnológico que estão aqui, que vão
permitir que a gente, por exemplo, adense lá a Restinga com indústrias de alta
tecnologia e aquela parte da Lomba do Pinheiro, do Lami e do Extremo-Sul. Que a
gente recupere o 4º Distrito também, com indústrias de alta tecnologia, como já
tem hoje ali nas imediações da Av. Sertório. Então, nós temos que olhar este de
hoje e aprovar. Não podemos aprovar a Emenda nº 02, da Ver.ª
Sofia Cavedon, que acaba com o leilão; e não podemos, infelizmente, não porque
seja ruim, mas porque não é o momento, aprovar a Emenda nº 05 do Ver.
Engenheiro Comassetto. Ele até pode fazer, mas tem que ser de outra forma, lá
no Plano Diretor, e não aqui, porque aqui é contrabando.
Então é esta a minha
participação. Registro o desejo e o desafio de que no futuro a gente trabalhe
para essas coisas, e que o Executivo ouça bem este recado que procurei dar com
carinho e com respeito...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/12.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Mauro
Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, discutia agora com o Líder do
Governo sobre o Projeto, tal o nível de desentendimento ou de falta de
informação que estamos tendo em cima de temas tão importantes quanto o do Solo
Criado e Índice Construtivo.
Ver. João Antonio
Dib, nós passamos mais de um ano estudando, trabalhando em cima do Plano
Diretor e, exatamente, as questões que geraram maior conflito e contradição
nesta Casa foram Solo Criado e Índice Construtivo.
Causa-me estranheza
estarmos agora, todos nós, Vereadores desta Casa, preocupados com o processo
eleitoral e vir um Projeto dessa magnitude para ser votado de uma forma, eu
diria, até açodada. E era isso que eu questionava e discutia com o Líder do
Governo, tal a gravidade e a importância de um tema como este.
Ver. Valter
Nagelstein, parece-me que o contrabando não é a Emenda do Ver. Comassetto.
Penso que temos que avaliar com muita cautela e precaução todo o Projeto em si,
porque aqui nós abrimos algumas questões sobre as quais eu, justamente,
discutia com o Ver. João Antonio Dib e pedia esclarecimentos, com a preocupação
de que este Projeto pode estar sendo colocado na Cidade. A primeira delas é
que abre a possibilidade, sim, de termos leilões sobre Solo Criado dentro da
própria cidade de Porto Alegre sem a participação, a anuência e o controle do
Gestor Público Municipal. Isso muito me preocupa. E jogar os índices, da forma
como estão sendo jogados, em traçados, em projetos importantes que não estão
concluídos ainda – nós temos o projeto do metrô, mas não está concluído; nós
temos o projeto do BRT, mas não está concluído – me parece temerário!
Nós não podemos, Ver. Valter, sob a justificativa
da Copa, atropelarmos um processo importante na Cidade, que é um processo dá
conta da vida das pessoas. Eu concordo, já fizemos essa discussão na 3ª
Perimetral: há necessidade de adensamento em determinadas áreas para promover
obviamente o desenvolvimento da Cidade, há necessidade de incentivos para as
construções. Mas, neste momento, eu quero dizer que não tenho a segurança necessária
para votar um Projeto tão importante quanto este. Com um índice diferencial,
com estudos que não chegaram aqui, com análises que a própria Prefeitura
deveria ter mandado para que pudéssemos estabelecer os critérios que foram
colocados para determinadas regiões, eu quero colocar, honestamente, que não
acho adequado fazermos esta votação no dia de hoje, até porque estão entrando
emendas que mais confundem e nos fazem questionar o próprio Projeto encaminhado
à Câmara Municipal.
Por essas questões que precisam ser avaliadas,
verificadas, nós estamos pedindo, sim, Ver. João Antonio Dib, o adiamento deste
Projeto, para que possamos, então, avaliar e, quem sabe, com a Secretaria do
Planejamento, termos a segurança necessária para a sua votação.
É importante fazermos este alerta, porque eu lembro
muito bem que, quando nós votamos os Projetos de incentivo à construção da
Arena do Grêmio, de incentivo à construção e à reforma do Beira-Rio, tudo
precisava ser feito naquele momento, com uma rapidez, com uma agilidade
necessária, sob o objetivo maior de que Porto Alegre não poderia perder o
indicativo de estar disputando a Copa de 2014. Deste processo açodado,
restou-nos, agora, o alarmante dado de que comunidades que vivem na periferia
dessas grandes obras estão completamente esquecidas. E é bem verdade o que a
Ver.ª Sofia aqui falou; nós trabalhamos no Câmara na Comunidade com ela no ano
passado, e ela nos levou a percorrer a região do Humaitá. E uma grande obra,
importante para o desenvolvimento da Cidade, importante para a Copa de 2014,
uma obra importante para Porto Alegre, tem que ser importante para as pessoas
que moram na região do Humaitá. Essas obras, as propostas desses projetos têm
que ser importantes, sim, para as pessoas que ali irão morar ou deverão ser
desapropriadas. É disso que estamos falando, quando pensamos no índice, no Solo
Criado, em número de projetos, e aqui a gente trata exatamente disto, da vida
das pessoas, porque nós queremos que as pessoas morem bem em Porto Alegre, que
sejam felizes na nossa Cidade.
Por isso, Ver. João Antonio Dib, precisamos de mais
tempo para avaliar não só o Projeto, mas também as Emendas que estão entrando
nesse momento. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCE nº 007/12, por cedência de tempo do Ver. Nelcir Tessaro.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Agradeço ao Ver. Tessaro. Há
outros dois elementos que eu acho que têm que ser analisados, considerando este
Projeto. Primeiro, Ver. Dib, algumas alterações na lógica do uso do Solo
Criado, e uma delas é o estoque – e vejam que estamos mexendo no Plano Diretor
da Cidade. O estoque desses índices era permitido até hoje, por cinco anos; o
Projeto em discussão altera para dez anos. E Solo Criado não é do espírito do
Estatuto da Cidade – o acúmulo, o fazer caixa com o Solo Criado. Não é esse o
espírito. Ele é um instrumento de gestão, de equalização, de desenvolvimento,
especialmente, de indução do gestor municipal.
Então, eu gostaria de entender esse alargamento de
prazo, uma vez que aqui nós justificamos tudo pela Copa. Se é tudo pela Copa, a
Copa é logo ali. Não é contraditório nós estarmos estendendo prazo para os
índices construtivos, se esse Projeto está vinculado às obras da Copa?
Em segundo lugar, outra contradição que me parece
importante de entender, o processo de desapropriação da 3ª Perimetral trabalhou
com o índice de incentivo de 10% – vou repetir: 10%. A avaliação dos técnicos,
à época, é que ali se trata de uma região já bastante valorizada, uma região
nobre da Cidade, uma região na qual cada metro quadrado vale muito mais do que
em outros lugares. Não havia necessidade de trabalhar com percentual muito
grande de incentivo para fins da aceleração da desapropriação.
Então, ali na Carlos Gomes, na D. Pedro II, na
Augusto Meyer, em todas as desapropriações que aconteceram, Maria Celeste, na
época, os proprietários receberam 10% de incentivo. E nós estaríamos, se
votássemos a favor, alterando para 20% para outras áreas, inclusive áreas já
incluídas na legislação anterior, que são as áreas dos viadutos: o Viaduto da
3ª Perimetral sobre a Bento, o Túnel da 3ª Perimetral sob a Cristóvão, o
Viaduto da 3ª Perimetral sobre a Plínio e sobre a Anita. Já havia uma regra
para esse alargamento para trabalhar essas obras, que era de 10% de estímulo. A
Lei, portanto, vai tratar diferenciadamente moradores da mesma região, Ver.
Dib; tratou com 10% de incentivo, e se nós alterarmos agora, nós trataremos de
forma desigual moradores, proprietários da mesma região, porque, agora,
estaremos oferecendo 20%.
Ora, alguém vai me dizer que é porque há pressa.
Sim, há pressa, mas no outro lado, no outro artigo, tu podes usar esses índices
até dez anos. Então, não há pressa. Está incongruente o objetivo deste projeto,
não é claro, cria desigualdade. Volto a dizer, ele desvia recursos muito
importantes e estratégicos da habitação popular para a circulação e transporte.
Então, também quero trazer um tema que é de uma
omissão, de um abandono que a Prefeitura fez de uma Lei muito importante,
votada em 2008. Ver. João Dib, nós temos uma amiga em comum, que até hoje
espera que esta Lei entre em vigor, que dispõe sobre inventário do patrimônio
cultural de bens imóveis do município de Porto Alegre. Esta Lei regrou a
disponibilização, a possibilidade de venda de índices construtivos de
proprietários de bens imóveis e edificações inventariadas. Ou seja, todas as
moradias, as edificações que nos interessam
como patrimônio cultural, e portanto não podem ser demolidas, elas não
podem utilizar os índices construtivos, e a maioria delas estão nas áreas
nobres, de alto valor de índice construtivo. Para a preservação desses bens,
nós regramos aqui e estabelecemos a possibilidade de vender esses índices não
utilizados, aplicando este valor no bem a ser preservado. Há muitas situações
de famílias que não conseguem preservar o seu bem inventariado, cujas fachadas
estão se degradando, o bem está se degradando a céu aberto. Nós estamos
perdendo bens culturais, porque não temos instrumento de gestão, porque a
Prefeitura não regulamentou e não aplica a Lei. A Prefeitura inclusive
construiu emendas, é passível de transferência o potencial construtivo
resultante do somatório da parcela de 50% do potencial construtivo imóvel e de
50% da área a ser construída. Há regras amiúde. A lei, praticamente é
autoaplicável. Aqui sim há uma grande justificativa de se colocar no mercado
índices construtivos, para possibilitar os investimentos que os empreendedores
aguardam. E, ao menos tempo, nós estaríamos preservando o patrimônio cultural
da nossa Cidade: paisagem, identidade.
Então, não tem explicação, Ver. João Dib, uma Lei
como essa dormir na gaveta, por mais que tenhamos pressionado, por mais que os
proprietários pressionem. De outro lado, o Município flexibiliza a venda do seu
Solo Criado, dos seus índices construtivos, flexibiliza os prazos para
investimento desses índices, trata desigualmente proprietários de uma mesma
região, de uma mesma avenida. Antes era 10% na Avenida Perimetral; agora é 20%,
alterando uma Lei da época. Acho que isso não tem consistência jurídica e não é
tratar todos iguais perante a Lei.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLCE nº 007/12, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu gosto da
simplicidade. Simplicidade é alguma coisa extremamente importante, e a
responsabilidade também é.
No mês de julho, quando estávamos quase iniciando o
recesso, este Vereador, como Líder do Governo, solicitou que fosse incluído o
Projeto na Ordem do Dia, pela importância que tinha para a Cidade, para a
realização das obras que a Cidade precisa, não para a Copa, mas para a vida da
própria Cidade. Mas as lideranças entenderam que não poderiam ser feitas a
discussão e a votação do Projeto antes da realização de uma audiência pública.
Essa audiência foi realizada no dia 1º de agosto e, para o meu desgosto, não vi
nada demais. Três Vereadores e três representantes do Plano Diretor falaram e
não acresceram nada e nem diminuíram. Não havia, no total das pessoas, mais do
que 25; Vereadores, oito, mas nunca estiveram os oito, no plenário,
simultaneamente; um deles até só ficou na galeria. Foi feita a Audiência
Pública; foi dito que, no dia 2 de agosto, seria incluído na Ordem do Dia,
discutido e votado. No dia 2 de agosto, foi pedido que fosse transferido.
Hoje, o Ver. Adeli Sell, com aquela característica
sensibilidade dele – às vezes parece não ser, mas é sensível – disse que era
bom trocar ideias. Mas parece que ninguém quer trocar ideias. O que está
acontecendo são informações que vão à tribuna de quem não leu o Projeto, porque
não há um artigo que não se refira à Lei Complementar nº 434, que é o Plano
Diretor da Cidade. Nada será feito sem o Plano Diretor; nada será feito sem a
intervenção da Secretaria do Planejamento.
Eu vou ler só um pedaço: (Lê.): “O Plano de
Incentivo às aquisições dos imóveis arrolados no artigo 2º dar-se-á nos
[cânones] do artigo 51 e seguintes da Lei Complementar nº 434, de 1999,
respeitado o art. 35 da Lei Federal nº 10.257...” E assim vai. Todos os artigos
estão vinculados à Lei Complementar do Plano Diretor. Agora, o que nós vamos
querer fazer? Nós queremos fazer as obras ou não queremos? As obras não são
para a Copa. A Av. Tronco está sendo esperada há 40 anos; a elevada da Av.
Júlio de Castilhos – lamentavelmente, esta Câmara, no passado, não permitiu que
fosse feita a elevada da Av. Mauá sobre o muro. Não permitiu, não deu
autorização. Era quando diziam, à época do arbítrio, que o arbítrio mandava o
Projeto, a licitação para a Câmara aprovar, e a Câmara não aprovando, não saía
a obra. Não saiu! Nós temos o “X” da
Rodoviária complicando a vida de toda a Cidade.
Então, não é obra para a Copa, é obra para a
Cidade. Estamos trancando, trancando, e trancando... Eu não estou entendendo
nada. Não há nada aqui que não se refira ao Plano Diretor. Não há nada, tudo é
tranquilo. Nós fizemos a 3ª Perimetral, tendo muito mais oposição do que
qualquer coisa que a situação tivesse, e nós não tivemos dúvida, porque a
Cidade estava acima daquilo que o Ver. Jorge, hoje, disse na tribuna: não tem
situação ou oposição, tem cidade precisando ou não, isso é o que importa. Mas o
que nós estamos fazendo agora? Nós estamos querendo adiar aquilo que nós já
adiamos desde o dia 2 de agosto. Passou mais de um mês e meio. Não tem sentido,
Sr. Presidente, o que está se fazendo neste momento. Se nós não votarmos em
seguida, nós não vamos nem ter quórum para fazer a continuação da Ordem do Dia;
portanto, eu peço aos meus colegas que confiem, que ajudem a administrar a
Cidade. Nós temos responsabilidade junto com o Executivo, independência e
harmonia. Nós temos que ajudar o Executivo a fazer as obras da Cidade, e não
tornar difícil. Não importa que tempo seja. Nós íamos votar no dia 2 de agosto,
esteve na Ordem do Dia e foi adiado. Na semana passada fizeram a mesma coisa,
e, hoje, vão de novo fazer? Então, eu não entendo quem ama a Cidade e quem não
ama a Cidade. É uma questão de amor à Cidade, sim, e, se meus Pares entenderem,
nós vamos votar logo, vamos aprovar e vamos fazer as obras. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Encerrada a discussão.
A
SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Solicito abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pela Ver.ª Maria Celeste. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Vinte e quatro Vereadores presentes. Há
quórum.
Em votação a Emenda nº 02, destacada, de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon, ao PLCE nº 007/12. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com
a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº
007/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, esta Emenda recoloca o destino dos índices vendidos na
cidade de Porto Alegre, do Solo Criado vendido na cidade de Porto Alegre. Nós
temos uma legislação municipal que destinava 100% dos índices construtivos
vendidos, em Porto Alegre, para habitação popular. E falo para a população que
nos assiste: significa que, ao criar solo novo, ao criar andares em edifícios,
nós estaríamos fazendo uma correlação com a habitação que falta para a população
mais pobre. É este o espírito da atual lei: todo o Solo Criado – aliás, já não
é mais todo, porque uma parte está indo para o planejamento, vendido, portanto
o novo solo, o solo a mais, o apartamento a mais, o andar a mais, da cidade de
Porto Alegre, adquirido pelo empreendedor, esse valor a Prefeitura deve
investir em moradia popular.
O déficit de
moradia popular em Porto Alegre é imenso. Na inscrição ao Programa Minha Casa,
Minha Vida, que a Prefeitura fez em um curtíssimo período, 55 mil pessoas se inscreveram.
E encontramos ainda gente que não se inscreveu e que mora em péssimas condições
de moradia. Eu falava do problema emblemático que é o entorno da Arena do
Grêmio. Ali, com certeza, com tranquilidade, mais de 2.000 pessoas precisam de
moradia popular, e não há recursos previstos para tal. Portanto, a minha Emenda
não permite que se faça isto: que se disponibilizem todos esses milhares de
índices aqui, que se venda para o empreendedor e se coloque em outra coisa que
não na habitação popular. Esse é o teor da Emenda, e eu vou insistir nessa
tecla. A sábia legislação que encaminhava os valores do índice para habitação
popular faz uma leitura fundamental de uma realidade da cidade de Porto Alegre
e de uma realidade brasileira. O Programa Minha Casa, Minha Vida não é
suficiente; nós precisamos, inclusive, nesse tema de contrapartida – todo
empreendimento precisa de contrapartida. A Prefeitura de Porto Alegre precisa
de muitos recursos para a habitação popular. Então, o apelo e a intenção da
Emenda é recolocar nesse caminho o destino desses valores para a habitação
popular.
Volto a insistir: não que eu ache que o
empreendedor privado tenha que dar todas as... Tem que dar contrapartida, mas
numa situação em que haja um impacto importante nas vias do entorno, na
infraestrutura. Isso é obrigação do empreendedor. Imaginem um negócio como o
conjunto de prédios que a OAS vai construir ali no lugar do Olímpico, ali na
ponta da Azenha. A OAS vai construir 19 torres. Como é que a Azenha vai
suportar isso? Como a região vai suportar o trânsito nesse lugar? Nós não
conseguimos, Ver. Dib, nesta Casa, amarrar contrapartida viária, e não
conseguimos porque a Prefeitura foi contra, cujo Secretário do Planejamento da
época era o Sr. José Fortunati. Nós fizemos reuniões aqui na Sala da
Presidência, com o então Secretário de Planejamento José Fortunati, que não
deixou mexer numa linha do projeto da Arena do Grêmio, que não deixou amarrar a
contrapartida viária. Isso é escandaloso! Por que é
escandaloso? Porque lá, no Humaitá, o investimento que a OAS vai fazer é de
colocar duas mil famílias morando do lado da Arena do Grêmio. Duas mil
famílias! É obrigação dela fazer a AJ Renner. É obrigação, porque ela recebeu
incentivo. Recebeu índices construtivos desta Casa e da Prefeitura. Nada disso
é para o Grêmio! Portanto, não tem prejuízo para o Grêmio. O BNDES está
financiando a Arena! São R$ 600 milhões: Banco Nacional de Desenvolvimento. Os
índices recebidos aqui, do Olímpico, que vai abaixo, são para a OAS, não são
para o Grêmio.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Antonio Dib)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu repito, a OAS
recebeu índices no Humaitá, que é para ela, não é para a Arena. O hotel é para
ela, não é para a Arena. O Grêmio não ganha nada com isso. O Grêmio ficará
apenas com a Arena depois de 20 anos. Portanto, senhores, tem um empresário
privilegiado nesta Cidade. Os nossos empresários, aqui de Porto Alegre, não
receberam esses privilégios.
Portanto, sou
contrária em colocar mais recurso público em circulação, em obras viárias,
enquanto não se cobrar de quem causará impacto, seja aqui na Azenha, em toda
região, ou lá no Humaitá.
Se cobrarmos deles,
aí esta Casa poderá pensar em outros nós, em outro estrangulamento. Cometer o
mesmo erro, já cometido na aprovação do Projeto, cometer o mesmo erro que a
Prefeitura insiste em cometer, não será a posição desta Vereadora. E o
propósito desta Emenda é corrigir isso. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 007/12.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
sinto-me desrespeitado, como Vereador, porque estão querendo que eu seja menos
inteligente do que sou. Admito que tenho menos conhecimento, mas que eu não
tenha nenhum conhecimento, eu não admito.
Não tem nada a ver
com a OAS, não tem nada a ver com o Grêmio; é para obras da Copa, que eu já
disse que não são da Copa, são obras da Cidade. Não tem nada a ver! O Funcopa
está dizendo que os recursos que entrarem serão destinados às obras que estão
especificadas no Projeto de Lei. Pelo amor de Deus! Eu fico muito triste
ouvindo o que eu ouvi agora, trazendo o Grêmio, trazendo o Estádio Olímpico.
Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Portanto, eu acho que nós precisamos
votar “não” à Emenda da Ver.ª Sofia Cavedon, com toda a tristeza minha.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 007/12.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Vereadora Sofia, realmente, eu venho aqui, mais
uma vez, dizer que a senhora participou de tudo a que teve direito na Arena do
Grêmio, das reuniões, das Audiências, e a senhora sempre desqualificando tudo.
A senhora é a Vereadora que só entende para o bem da senhora. A senhora faz uma
Emenda que não diz nada com nada e quer que aprovem a sua Emenda. Eu quero
dizer que a sua Emenda é ruim para a Cidade. Eu vou votar não, porque a senhora
sempre tenta botar o Grêmio e a OAS juntos. Quem sabe a Ver.ª Sofia quer ser a
Procuradora da OAS? Porque tanto fala na OAS, tanto fala na OAS, quem sabe ela
quer ser Procuradora? Ou do Grêmio, quem sabe? Por que ela, simplesmente, todas
às vezes que viu um assunto aqui ela joga na Arena do Grêmio, fora os barracos
que ela arruma lá, contando para as pessoas coisas que não existem, Ver. Dib;
coisas que não existem. Ela vai lá e tem a cara de pau de dizer que vai debater
as contrapartidas! Pois já estão sendo feitas, estão sendo rigorosamente em
dia. E agora não tem nada a ver com a OAS, com o Grêmio! É para a Copa do
Mundo, Ver.ª Sofia, a senhora não pode embananar a Copa do Mundo só porque a
senhora não quer... Se a senhora não gosta de esporte, o problema é seu. Se a
senhora não gosta de esporte, a senhora tem que dizer lá para o Grêmio que a
senhora não gosta do Grêmio, não gosta do Internacional, a senhora tem que
dizer, tem que dizer. Vai lá e diz. Eu arrumo para a senhora chegar lá no meio
do estádio e, quando tiver 50 mil torcedores, a senhora avisa que a senhora não
gosta do Grêmio. Isso que a senhora tem que dizer.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação
nominal, solicitada por diversos Vereadores, a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE
nº 007/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA a Emenda, por 07 votos SIM e 18 votos NÃO.
Em votação a Emenda
nº 05, destacada, ao PLCE nº 007/12. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº
007/12.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, a Emenda que apresentamos é
complementar ao Projeto apresentado. É uma Emenda que provoca aqui um debate do
conceito de Cidade, porque o Projeto apresentado propõe a venda de índices onde
serão realizadas essas obras da Copa – a Av. Tronco, o traçado do metrô –, que
poderão receber o incentivo de até 20% de plus,
de aumento nesses índices. Agora, quem pode comprar e onde podem ser aplicados
esses índices na Cidade? O Plano Diretor e o mercado orientam algumas regiões
da Cidade, e esses índices são comprados e concentrados principalmente na
região dos bairros Três Figueiras, Moinhos de Vento, Petrópolis. Então, ali há
uma concentração do desenvolvimento urbano e uma concentração populacional.
A Emenda que nós apresentamos, que é uma emenda
dirigida ao Plano Diretor, Ver. João Antonio Dib, propõe que outras regiões da
Cidade possam também adquirir esses índices. E isso é fruto de um debate
realizado sobre o modelo de Cidade, lá na região Sul, onde fiz um debate com
vários segmentos. E na Av. Juca Batista e na Av. Edgar Pires de Castro estão se
constituindo centros de bairros. Só que esses centros e bairros, pela atual lei
do Plano Diretor, Ver. Elói, não podem comprar esses índices. Então, o que a
gente sugere? Que aquelas regiões possam comprar índices para construir prédios
com maior densidade. Até quanto? Uma vez e meia o valor, ou a intensidade dos
índices já existentes hoje. Se ele tem índice um, poderia construir, a comprar
zero mais 50%, e ter índice de um e meio. Então, esse é o conceito, e ajuda,
inclusive, a compra dos índices na Cidade, e os distribui no território.
Este Projeto, do meu ponto de vista, Ver. João
Antonio Dib, é insuficiente, quando ele, para tratar a Cidade como um todo,
para apontar na Cidade, fomentar quais as regiões da Cidade poderiam ser
desenvolvidas com a aquisição de índices; ele deixa, simplesmente, para o
mercado. E aí, aquela preocupação que o Ver. Adeli trouxe aqui antes, pode ser
verdadeira, que com isso tu concentras numa determina região, e, inclusive,
inflaciona os índices. O índice é uma moeda de construção de cidade; o índice
não pode ser só uma mercadoria que não sirva também para a construção da cidade
com o investimento do setor privado e também construção de cidade. E um dos
conceitos que nós temos que defender são os centros de bairros. Por que nós não
devemos, Ver.ª Sofia? Aqui trata da linha do metrô, eu acho que o Projeto
deveria ter trazido que em todas as regiões em que serão construídas as
estações, e nós tínhamos feito uma Emenda nesse sentido em outro momento, que
em um raio de 500 metros possam-se concentrar índices nessa região. Porque ali
haverá os centros comerciais, ali poderá haver os conjuntos habitacionais e as
pessoas irão morar próximas às estações de metrô. O Projeto não tratou disso, é
insuficiente o Projeto sob o ponto de vista de construção de Cidade; ele é bom
naquilo que diz respeito a oferecer índices para o mercado, mas o mercado não
constrói cidade por si só, ele tem que ter a orientação do planejamento, uma
orientação estratégica. Então, a nossa Emenda tem essa disposição, esse
conceito, e oferece, no caso da Av. Edgar Pires de Castro, que já se constitui
como um centro de bairro, e oferece, na Av. Juca Batista, que é outro centro de
bairro. Portanto, esse é o objeto.
Os meus colegas Vereadores da minha Bancada
alertavam: “Bom, por que não entrou a Av. Baltazar de Oliveira Garcia? Por que
não entrou Navegantes?” Bom, não entrou, Ver. João Bosco Vaz, porque o Projeto
é insuficiente, não constituiu esse estudo. Então o Planejamento tinha que ter
feito isso, não fez. Isso é trabalho de planejamento da Cidade, é uma visão de
planejar estrategicamente a Cidade. Aí o Projeto seria muito mais tranquilo e
com muito mais facilidade de ser trabalhado e aprovado. Então, um Projeto como
este, é grande, é potente, serve para construir cidade. E aqui eu vou reafirmar
uma questão do meu entendimento, sobre o conceito do Projeto: nós, quando
construímos a 3ª Perimetral, apresentamos esse mesmo mecanismo. Eu registro
isso, coloco essas duas Emendas aqui para o diálogo dos colegas, para o diálogo
do Governo, da necessidade de podermos construir os centros de bairro na cidade
de Porto Alegre. E, nesse caso, estou oferecendo lá na Av. Juca Batista, em
Ipanema, e na Av. Edgar Pires de Castro, no bairro Hípica, que são dois bairros
que estão se constituindo e que podem utilizar esses índices na compra para
investir lá. Um grande abraço, e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº
007/12.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho muito
sensata a colocação do Ver. Engenheiro Comassetto. No entanto, como não cabe
neste Projeto, pois se trata uma alteração do Plano Diretor, eu sou obrigado a
pedir aos meus Pares que votem contra a Emenda. Mas, desde logo, eu estou
oferecendo a minha assessoria, a partir de segunda-feira, para se que faça um
projeto onde possa até incluir algo mais, além daquilo que aqui está. Mas,
neste Projeto, esta Emenda não cabe. Portanto, eu peço a rejeição da Emenda nº
05. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: É um esclarecimento, Sr. Presidente, dirigido ao
Ver. João Antonio Dib, que ele oferece que, a partir dessa discussão, se
repense um projeto que acolha no sentido da nossa Emenda. É isso, Ver. João
Antonio Dib?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Feito o registro.
Em votação a Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº
007/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADA.
(Tumulto no
Plenário.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Eu estou pedindo,
Sr. Presidente, regimentalmente, verificação de votação.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Só um momentinho, Vereador. (Pausa.) Respondendo ao Requerimento do Ver. João Antonio Dib: a votação ocorreu e foi
correta. Mas cabe, regimentalmente, a verificação da votação.
Solicito a abertura
do painel para votação nominal da Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº 007/12.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
a Emenda nº 05 por 07 votos SIM, 19
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO.
Ver.ª Sofia, é uma Questão de Ordem?
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sim, Presidente. Talvez eu pudesse esperar a votação; é que este tema da
verificação da votação é emblemático, porque várias vezes esta Vereadora tomou
a iniciativa de solicitar essa verificação quando o Ver. Haroldo, presidindo os
trabalhos, declara que não há quórum. E eu levanto o braço e digo: “Gostaria de
verificação da votação”. E o Ver. Haroldo afirma: “Está encerrada a Sessão”. Já
aconteceu isso várias vezes e eu gostaria que esta Casa recompusesse o
Regimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Está registrado, Ver.ª Sofia.
Ver. Haroldo de Souza.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Eu só vou falar mais uma vez que, quando eu estiver aí, eu vou seguir o
Regimento, e não será para a Sofia Cavedon e muito menos para o Comassetto que
eu tenho que dar satisfação nesta Casa. Chega disso! Não tenho satisfação a dar
a vocês!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Haroldo.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 007/12.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 03 ao PLCE nº 007/12.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04 ao PLCE nº 007/12.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com os votos contrários da
Ver.ª Sofia Cavedon e do Ver. Mauro Pinheiro.
Vereadores, foram registrados os votos. As Emendas
de nº 01 a 05 estão no Portal desde o dia 7 de agosto. As Emendas nºs 06 e 07 serão lidas porque foram distribuídas hoje.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Está bem, era sobre isso. Mesmo estando no Portal,
para orientar, seria importante situar o tema, para que todos pudessem
acompanhar. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Nós o faremos, evidentemente; muito bem colocado,
Vereador.
(Procede à leitura das Emendas.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação a Emenda nº 06 ao PLCE nº 007/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA, com abstenção do
Ver. Carlos Todeschini.
Em votação a Emenda nº 07 ao PLCE
nº 007/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA,
com abstenções da Ver.ª Sofia Cavedon, do Ver. Carlos Todeschini e da Ver.ª
Maria Celeste.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Bosco
Vaz, o PLCE nº 007/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM e 03 votos NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1045/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/12, de autoria do
Ver. Newton Braga Rosa, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Waldomiro Carlos Manfroi.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 12-09-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLL nº 079/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada por esta presidência,
o PLL nº 079/12. (Pausa.) (Após a chamada
nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 17h19min): Encerrada a Ordem do Dia.
Apregoo Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Airto
Ferronato no dia 13 de setembro de 2012.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 1684/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 131/12, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Avenida Coronel Paulo Eloir
Bortoluzzi o logradouro não cadastrado conhecido como Rua 4063, localizado no
Bairro Coronel Aparício Borges.
PROC. Nº 0700/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 058/12, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que determina que a carga horária
integral dos servidores públicos municipalizados detentores de cargo de nível
superior sob o gerenciamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) seja de 20
(vinte) horas semanais.
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, há um projeto na Pauta, no dia de hoje, de autoria do Ver. Dr. Raul
Torelly, que é um projeto instigante, importante. Gostaríamos de fazer aqui um
comentário, porque merece, sim, uma análise, pois é um projeto direcionado à
atribuição que V. Sa. tem no Município de Porto Alegre. E o que diz o Projeto
do Ver. Torelly: determina que a carga horária integral dos servidores públicos
municipalizados, detentores de cargo de nível superior, sob o gerenciamento da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) seja de 20 (vinte) horas semanais. No meu
entendimento, o Dr. Torelly está propondo acabar com as 40 horas semanais dos
médicos, engenheiros e demais profissionais que trabalham na área da Saúde.
Tem sido feito um grande debate aqui, Ver. Adeli e
Ver.ª Sofia, de muitos profissionais que têm 40 horas no Município, têm mais 20
horas no Estado, têm mais seus consultórios particulares e outros trabalhos. Eu
pediria que nós pudéssemos debater com profundidade esse tema aqui. É um tema
importante para a Cidade de Porto Alegre e devemos fazer uma análise. Se formos
analisar profundamente, ele ocasiona um conjunto de questionamentos sobre este
Projeto. O que diz o Ver. Torelly, que é médico da Cidade: está propondo que a
carga horária máxima dos profissionais de nível superior – médicos,
enfermeiros, engenheiros, arquitetos – que estão na Secretaria da Saúde, seja
de no máximo 20 horas semanais. Eu creio que, com isso, no mínimo, estamos
abrindo um debate na Cidade, no sentido de que 20 horas é uma carga horária que
todos podem cumprir e ter outros trabalhos na cidade de Porto Alegre. Há uma
reclamação muito grande da população, pois muitos profissionais têm 40 horas e
não cumprem essas 40 horas. Então, o Ver. Torelly, que é médico, inclusive do
Município, que atende no SUS, ele propõe esse debate. Eu creio que é louvável
nós recebermos este Projeto para iniciarmos essa análise.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Comassetto, eu tenho certeza de que o Projeto de iniciativa do Ver. Raul
Torelly é inorgânico, não pode ser de iniciativa de Vereador.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ele não passou ainda pela Comissão de Constituição
e Justiça? Se o senhor está dizendo que é inorgânico, no mínimo ele já traz um
debate político para esta Casa, que é a questão da carga horária. Se este
Projeto vem de um médico, que trabalha no Município e que é Vereador, é porque
ele tem uma razão para propor este Projeto. E eu o recebo politicamente como um
Projeto interessante para nós podermos analisar o desempenho e a atividade dos
profissionais de nível superior na pasta da Saúde.
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Serei muito breve,
porque não usarei o tempo para o qual não estava inscrita. Eu apenas quero
observar que o Vereador percebe um problema sério. Hoje nós temos três vínculos
no mesmo posto de saúde – o vínculo federal, estadual e municipal –, e com
regimes de trabalho e salários diferenciados, infelizmente fruto da
municipalização. Mas acho que o tema central são as 30 horas para todos os
profissionais não médicos. Essa é grande pauta da Saúde, hoje, no País, e nós
podemos resolver por regulamentação, por decreto. Hoje o Fortunati obrigou, com
o ponto, a voltarem a fazer as 40 horas apenas os trabalhadores não médicos; já
trabalhavam 30 horas, tinham mais qualidade de vida e mais ânimo, com certeza,
para o trabalho.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver.ª Sofia Cavedon, a sua fala me leva a entender
que o Projeto do Ver. Torelly, que é da base do Governo Fortunati, é uma reação
ao Decreto instituído pelo próprio Prefeito, que busca, então, uma postura
diferenciada. E eu acredito que podemos caminhar, avançar na direção em que a
categoria da Saúde reivindica hoje, que é a carga horária máxima de 30 horas
semanais no serviço público do Sistema Único de Saúde, que tem a simpatia da
nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores. É uma proposta boa,
porque faz com que esses profissionais tenham e possam ter, inclusive, outras
atividades profissionais. Então, volto a registrar, em nome da nossa Bancada,
do Partido dos Trabalhadores, que o Projeto do Ver. Torelly é um Projeto que
provoca um debate na cidade de Porto Alegre sobre o desempenho do tema da
Saúde. E também entendemos que pode ser feito por decreto, por decreto
municipal, atendendo à reivindicação dos trabalhadores da Saúde, que é o de ter
um sistema único de 30 horas semanais para todos os profissionais da Saúde. Um
grande abraço! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
Visivelmente, não há quórum. Com a presença dos
Vereadores Engenheiro Comassetto, Adeli Sell, DJ Cassiá e João Antonio Dib, e
deste Vereador, está encerrada a Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h26min.)
* * * * *